Foi "falta de sorte" prisão de militar com cocaína na véspera do G-20, diz Heleno
"Podia não ter acontecido, né?", afirmou o ministroO ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, classificou como uma "falta de sorte" que tenha acontecido às vésperas do G-20 o caso do segundo-sargento da Aeronáutica detido com cocaína na Espanha. "Podia não ter acontecido, né? Foi uma falta de sorte acontecer exatamente na hora de um evento mundial e acaba tendo uma repercussão mundial que poderia não ter tido. Foi um fato muito desagradável", afirmou Heleno, ao comentar o caso em Osaka, no Japão, onde acompanha o presidente Jair Bolsonaro para a reunião das 20 maiores economias do mundo.
Ele minimizou, contudo, o impacto da prisão na imagem do Brasil. "Se mudar a imagem do Brasil por causa disso, realmente, só se a gente não estivesse sabendo da quantidade de tráfico de droga que tem no mundo", afirmou o general.
Na terça-feira, dia 25, o segundo-sargento da Aeronáutica, Manoel Silva Rodrigues, foi detido em Sevilha, na Espanha, ao chegar ao país com 39 quilos de cocaína em sua bagagem pessoal, em um avião da FAB.
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AssineHeleno afirmou que todos os que entram no avião presidencial têm a mala revistada, inclusive o presidente da República, mas disse que não há "efetivo" para manter o esquema de vigilância por todo o tempo. "Todo mundo tem a sua mala revistada, inclusive nós, a do presidente da República, a do ajudante de ordem. O que vocês têm que entender é que esse sargento era da comissaria, ele chega muito antes. Você não tem efetivo para manter todo tempo um esquema de vigilância", afirmou o general.
O ministro da GSI descartou a possibilidade de mudar algo na segurança do próprio presidente. Segundo ele, a Força Aérea Brasileira (FAB) já se posicionou sobre o tema para corrigir o esquema de segurança, mas o GSI não atuará na questão. "Leiam a nota da Força Aérea, a Força Aérea diz ali que vai aperfeiçoar o seu esquema de segurança. Claro que isso aí não é uma coisa normal, então houve um problema, que escapou. (...) Cada um tem o seu cada qual. A revista de passageiros, de malas, para os aviões da FAB são encargo da FAB, que não é subordinada a mim. Então, o GSI não tem nada que ver com isso, zero", afirmou Heleno.
Ao dizer que o GSI não irá interferir nos procedimentos de segurança do presidente no caso dos voos da FAB, o general fez um paralelo com a refeição do presidente da República. "O GSI não prova a comida do presidente. Cada um tem sua tarefa, suas missões. A gente não vai entrar na área do outro", afirmou.
Bolsonaro chegou ao Japão por volta das 14h desta quinta-feira, 27 (2h no horário de Brasília). Ao chegar, demonstrou irritação em rápida conversa com jornalistas.
Heleno afirmou que Bolsonaro está preocupado com temas que tramitam no Congresso, ao justificar o comportamento do presidente. "Ele, de longe, sempre é mais difícil tomar conhecimento exatamente do que está acontecendo. Ele está preocupado, mas não está aborrecido, não", afirmou.
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