Ao menos 57 feridos nos confrontos em Caracas, diz imprensa venezuelana

Guaidó convocou população para as ruas após Leopoldo López, oposicionista de Maduro, conseguir liberdade após 5 anos

O confronto entre aliados e oposicionistas do governo venezuelano de Nicolás Maduro chegou ao ápice nesta terça-feira, 30. Após chamado de Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado presidente interino da Venezuela, parte da população saiu às ruas pedindo a saída de Maduro. Militares reagiram e estão usando blindados para conter os manifestantes.

De acordo com a ONG Foro Penal, ao menos 11 opositores ao regime de Maduro foram presos nos Estados de Carabobo, Lara, Táchira e Zulia. Segundo a imprensa local, o número de feridos chega a 57.

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Imagens gravadas nas ruas de Caracas mostram veículos militares nas ruas disparando jatos de água e avançando sobre a população, que reage com pedras e coquetéis molotov. A população também tem relatado dificuldade de acessar alguns sites e redes sociais.

Segundo Guaidó, a frente oposicionista ganhou novos aliados entre os militares, por isso ele apelou por nova investida para colocar fim na "usurpação", como classificou o governo. Ele esteve na Praça Altamira, em Caracas. Guaidó estava acompanhado de Leopoldo López, um dos principais opositores de Maduro que estava em prisão domiciliar até conseguir liberdade nesta terça-feira. Porém, López se refugiou na residência diplomática do Chile na tarde desta terça-feira.

Confira o momento em que blindados avançam contra população:

"O momento é agora! Os 24 estados do país assumiram um caminho: rua sem retorno. O futuro é nosso: povo e Forças Armadas unidos pelo fim da usurpação", afirmou em redes sociais. 

Já Maduro disse que tem lealdade das Forças Armadas venezuelanas. "Nervos de Aço! Conversei com os comandantes de todas as Regiões de Defesa Integral e Zonas de Defesa Integral do país, que me manifestaram sua total lealdade ao povo, à Constitução e à Pátria. Convoco à máxima mobilização popular para assegurar a vitória da paz. Venceremos!", publicou em rede social. Ele está no Palácio de Miraflores cercado de forte esquema de segurança. 

Brasil

No Twitter, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PSL) disse que o País acompanha com atenção a situação na Venezuela. Ele reafirmou o seu apoio na "transição democrática que se processa no país vizinho". "O Brasil está ao lado do povo da Venezuela, do presidente Juan Guaidó e da liberdade dos venezuelanos", disse.

Nesta tarde, o porta-voz da presidência, Otávio Rêgo Barros, emitiu nota em nome do Governo brasileiro. Ele disse ainda que 25 militares venezuelanos pediram asilo na embaixada brasileira na Venezuela. 

Confira o texto na íntegra: 

1. O Brasil acompanha com grande atenção a situação na Venezuela e reafirma o irrestrito apoio ao seu povo que luta bravamente por democracia.

2. Exortamos todos os países, identificados com os ideais de liberdade, para que se coloquem ao lado do Presidente Encarregado Juan Guaidó na busca de uma solução que ponha fim na ditadura de Maduro, bem como restabeleça a normalidade institucional na Venezuela.

EUA

O presidente americano Donald Trump comentou a situação da Venezuela no Twitter. Ele disse que está monitorando a situação no país latino-americano. "Os EUA estão com o povo da Venezuela e sua liberdade", escreveu.

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