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Cientistas defendem que adolescência vai até os 24 anos

Considerada a fase mais complicada, a adolescência ganhou sobrevida de cinco anos. Grupo de pesquisadores defende que a puberdade se estende dos 10 aos 24 anos
12:40 | Jan. 20, 2018
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Cientistas australianos publicaram artigo nessa semana, na revista científica Lancet Child & Adolescent Health, defendendo o prolongamento da idade dos adolescentes. De acordo com eles, o fato dos jovens estarem optando por estudarem por mais tempo e adiando o casamento e a maternidade/paternidade, modifica a percepção das pessoas em relação ao início da vida adulta. As informações são da BBC. 
 
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Os pesquisadores acreditam que a redefinição de adolescência seria essencial para assegurar que as leis que dizem respeito a esses jovens, continuem valendo. Outros especialistas, expressam que adiar o fim da adolescência pode vir a infantilizar os jovens. 
 
Processo 
A puberdade, tem início quando uma parte do cérebro, o hipotálamo, ativa as glândulas hipófise e gônadas. Elas, dentre outras funções, liberam hormônios sexuais. Essa fase costumava iniciar-se aos 14 anos mas, com a evolução nas últimas décadas, foi caindo gradualmente até chegar aos 10 anos. 
 
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Uma das consequências, principalmente em países industrializados, é que a idade média para a primeira menstruação caiu cerca 48 meses nos últimos 150 anos. Metade das mulheres agora, tem a primeira menstruação por volta dos 12 ou 13 anos.  
 
Outro argumento utilizado pelos defensores da postergação da adolescência é o fator biológico. Segundo eles, o cérebro continua se desenvolvendo depois dos 20 anos, e trabalha com mais velocidade e eficiência. E, para muitos, os dentes sisos não nascem até que completem 25 anos. 

Semidependência
Segundo a pesquisadora Susan Sawyer, com o adiamento do casamento e da maternidade/paternidade e, consequentemente, a independência financeira, esses jovens são “semidependentes”, caracterizando um prolongamento da dependência. 

De acordo com o Escritório Nacional de Estáticas do Reino Unido, a idade média para o casamento de um homem era de 32,5 anos em 2016 e de 30,6 anos para mulheres na Inglaterra e no País de Gales. O que resulta um aumento de 8 anos desde 1973. 
 
No Brasil, cresce a chamada “geração canguru”, nome dado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2013, para o fenômeno que engloba pessoas de 25 a 34 anos, que ainda moram com os pais.

Infantilização dos Adultos
Para a socióloga da Universidade de Kent, Jan Macvarish, diz que há perigo em estender o conceito de adolescência. Em entrevista a BBC, disse que não existe nada de infantil em passar o ínicio de seus 20 anos no ensino superior ou adquirindo experiência no mundo do trabalho. Além de ressaltar que não deveríamos transformar o desejo de independência dos jovens em uma patologia, a sociedade deveria manter as expectativas mais altas em relação a próxima geração. 
 
Redação O POVO Online 

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