Comissão Europeia diz ter chegado a um acordo para o financiamento de 3 bilhões de euros em ajuda para Ancara. Alemanha é maior contribuidor, com 427,5 milhões.
A União Europeia (UE) comunicou nesta quarta-feira (03/02) que chegou a um acordo sobre a forma de financiar os 3 bilhões de euros de ajuda aos refugiados sírios na Turquia, que serão oferecidos em troca do comprometimento de Ancara em conter o fluxo de imigrantes.
O acordo estabelece que a Comissão Europeia, o braço executivo da UE, contribuirá com 1 bilhão de euros, enquanto os 28 Estados-membros arcarão com os 2 bilhões de euros restantes, de acordo com comunicado da Comissão.
Segundo fontes da UE, a maior contribuição ao fundo virá da Alemanha, com 427,5 milhões de euros, seguida pelo Reino Unido, com 327,6 milhões, e pela França, que desembolsará 309,2 milhões de euros.
O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, vinha postergando assinar o documento devido a questões sobre como o acordo seria posto em prática, mas fontes da União Europeia relataram à agência de notícias AFP que Roma acabou dando sua aprovação nesta quarta-feira.
Sofrendo com a fraqueza de sua própria economia e grandes dívidas, a Itália concordou com o repasse de recursos só depois de Bruxelas ter dito que não incluiria a contribuição ao fundo turco nos cálculos dos países com deficits orçamentários. Sob as regras da UE, os países devem manter baixos seu orçamentos deficitários para não sofrerem ações disciplinares.
"A Comissão Europeia saudou hoje o acordo entre os Estados-membros sobre os detalhes sobre a ajuda de 3 bilhões de euros aos refugiados à Turquia", disse o comunicado da Comissão. "A UE agora será capaz de entregar rapidamente novos recursos financeiros substanciais para apoiar a Turquia a lidar com a presença de refugiados sírios em comunidades temporárias de acolhimento e de proteção no país."
Num acordo fechado com a UE numa cúpula em novembro, a Turquia, principal ponto de partida para cerca de 1 milhão de refugiados e migrantes que chegaram à Europa no ano passado, prometeu cortar o fluxo de pessoas numa tentativa de frear a onda migratória.
Muitos dos migrantes estão fugindo de conflitos, pobreza e terrorismo na Síria, no Iraque e no Afeganistão. A Turquia afirma já ter recebido 2,5 milhões de refugiados sírios e iraquianos nos últimos anos.
PV/afp/rtr