Após três anos recluso, fundador do Wikileaks anuncia que deixará sede diplomática do Equador em Londres se perder ação na ONU. Polícia britânica garante que, se ele sair, será preso imediatamente.
Julian Assange, fundador do site Wikileaks, garantiu nesta quinta-feira (04/02) que vai se entregar à polícia britânica caso a Organização das Nações Unidas (ONU) decida que ele não foi detido de forma arbitrária, após três anos vivendo na Embaixada do Equador em Londres.
"Se a ONU anunciar que eu perdi o meu caso contra o Reino Unido e a Suécia, eu devo deixar a embaixada ao meio-dia desta sexta-feira e aceitar a detenção pela polícia britânica, já que não há perspectiva para um futuro recurso", afirmou o australiano em comunicado.
"No entanto, caso eu vença e se conclua que os países atuaram ilegalmente, eu espero a devolução imediata do meu passaporte e a rescisão de novas tentativas de me prender", realçou.
Após a declaração, um porta-voz da polícia do Reino Unido afirmou que prenderá o fundador do Wikileaks caso ele deixe o local de asilo. "O mandado ainda está valendo. Se ele sair da embaixada, lançaremos todos os esforços para prendê-lo."
Em 2012, um longo processo legal no Reino Unido decidiu pela entrega de Assange às autoridades da Suécia, onde ele é acusado de crimes sexuais contra duas mulheres. Para evitar a extradição, ele recebeu asilo da embaixada equatoriana em junho do mesmo ano.
Assange se recusa a viajar para a Suécia com medo de uma extradição aos Estados Unidos, onde poderá ser processado por ter revelado, no site Wikileaks, documentos secretos do país sobre questões de segurança, além de comunicações diplomáticas, em 2010.
Em setembro de 2014, o australiano apresentou uma queixa contra a Suécia e o Reino Unido ao Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária da ONU. Ele alega que seu tempo asilado na embaixada do Equador constitui detenção ilegal, já que foi privado de sua liberdade.
Na quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, afirmou que está "preocupado" com a saúde de Assange. O país diz ter pedido salvo-conduto ao Reino Unido para que ele possa fazer um exame médico, sem obter "resposta positiva".
Patiño também alegou que ainda não tem informação oficial sobre a decisão do painel das Nações Unidas, que deve ser divulgada nesta sexta-feira.
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