Estrondo é ouvido em caixa-preta de avião que caiu no Egito
Barulho foi registrado no último segundo de gravação, mas ainda não dá pistas consistentes do motivo da queda da aeronave russa no Sinai, dizem investigadores. EUA e Reino Unido sustentam hipótese de explosão a bomba.
Um comitê de investigação egípcio afirmou neste sábado (07/11) que é possível ouvir um estrondo no último segundo de gravação da caixa preta da aeronave russa que caiu na Península do Sinai no dia 31 de outubro.
O voo da companhia aérea Kogalymavia foi interrompido 20 minutos depois da decolagem no balneário de Sharm el-Sheikh, no Egito. O Airbus A321 tinha como destino São Petersburgo, na Rússia. Todas as 224 pessoas a bordo morreram.
Os investigadores ainda tentam identificar o motivo do barulho e alegam que é cedo para se chegar a uma conclusão. "As observações iniciais não permitem identificar a origem da interrupção do voo", afirmou o diretor do comitê, Ayman al-Muqaddam, acrescentando que uma "análise minusciosa será feita para determinar a origem do barulho."
O Reino Unido sugeriu que uma bomba provocou a queda do avião, mas Rússia e Egito disseram que vão aguardar o fim das investigações. Segundo Al-Muqaddam, agências de inteligência estrangeiras não informaram o comitê sobre um possível ataque terrorista.
"O comitê insta as fontes de tais relatórios a dar todas as informações que possam nos ajudar em cumprir nossa missão", disse.
Órgãos de inteligência do Reino Unido e Estados Unidos receberam rumores de que um grupo radical egípcio sediado no Sinai e aliado do "Estado Islâmico" (EI) teria plantado a bomba na aeronave. O grupo reivindicou a responsabilidade pela queda do avião como uma resposta à intervenção militar russa na Síria, mas o governo egípcio desmentiu, classificando a reivindicação de "propaganda".
"Não excluímos nenhuma possibilidade, mas alcançaremos nenhuma hispótese antes que as investigações terminem", declarou o ministro egípcio do Exterior, Sameh Shoukri.
Milhares de turistas que estão em Sharm el-Sheikh aguardam repatriação depois de a Rússia e alguns países europeus suspenderem os voos para o balneário egípcio. Cerca de 80 mil turistas russos aguardam o retorno. Por medida de segurança, companhias aéreas restringiram o uso de bagagens.