Mantido impasse entre Kiev e Moscou sobre preço e dívida do gás
O ministro russo da Energia, Alexandre Novak, revelou que exigiu o pagamento, até 10 de junho, de 1,470 bilhão de dólares
09:00 | Jun. 10, 2014
Rússia e Ucrânia continuam sem chegar a um acordo sobre o preço do gás comprado por Kiev e sobre a quitação da dívida, anunciou o comissário europeu para Energia, Gunther Oettinger, acrescentando que as discussões continuarão na terça, ou na quarta em Bruxelas.
"Todos os pontos foram discutidos", "soluções foram propostas" e "as discussões serão retomadas na terça à noite, ou na quarta de manhã em Bruxelas", declarou Oettinger, após sete horas de difíceis negociações iniciadas nesta segunda-feira à noite com os representantes das duas partes.
"Temos questões que seguem abertas e posições diferentes. As partes devem consultar seus respectivos governos e dirigentes", precisou Oettinger.
"Não chegamos a um acordo (...), a boa notícia é que as negociações vão prosseguir", declarou o ministro ucraniano da Energia, Yuri Prodan.
"Queremos uma solução global que resolva as questões do gás e do pagamento da dívida, mas não podemos aceitar o mecanismo de cálculo do preço proposto pela Gazprom", explicou Prodan. "Queremos um preço equitativo e baseado no mercado".
O ministro russo da Energia, Alexandre Novak, revelou que exigiu o pagamento, até 10 de junho, de 1,470 bilhão de dólares, correspondentes às faturas de novembro e dezembro de 2013.
"A Rússia quer um acordo e se mostra construtiva", assegurou Novak.
As negociações entre a empresa russa Gazprom e a ucraniana Naftogaz estão encaminhadas para obter um acordo sobre o preço do gás e um plano de liquidação da dívida, estimada em US$ 2,2 bilhões pela Gazprom.
A Naftogaz deve as faturas de novembro e dezembro de 2013, e as de abril e maio de 2014.
Também se busca um acordo sobre o preço do gás vendido pela Gazprom para a Naftogaz e sobre as quantidades. O preço deve ficar entre US$ 268 e US$ 480 por 1.000 m3.
A Ucrânia comprou cerca de US$ 30 bilhões de metros cúbicos de gás em 2013.
AFP