Cenas de estupro em "Game of Thrones" geram polêmica entre os espectadores

Recentemente, o seriado mostrou uma cena de estupro, não presente no livro de George R. R. Martin, que gerou discussão nas redes sociais

18:44 | Mai. 12, 2014

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O sucesso explosivo do seriado "Game Of Thrones" fez com que as cenas de estupro do mundo feudal sombrio criado pelo escritor George R. R. Martin abrisse um debate sobre a violência sexual.

 Desde a exibição de seu primeiro episódio, a série já incluiu, por diversas vezes, cenas de grande apelo sexual, como por exemplo, um rei guerreiro que possui sua noiva, criança, na noite de casamento, além do estupro coletivo de uma moça por "meia dúzia de homens berrando atrás de um curtume".

 Em sua quarta temporada, "Game of Thrones" continua surpreendendo os telespectadores com cenas de violência sexual.

 Recentemente, o seriado mostrou uma cena de estupro, não presente no livro de George R. R. Martin, que gerou muita polêmica. No episódio em questão, a personagem Cersei é forçada a ter relações sexuais com seu irmão Jaime Lannister durante o velório do filho, Joffrey, fruto da relação incestuosa.

 Depois da cena ir ao ar, muitos fãs da história ficaram indignados com a cena de brutalidade e criticaram os produtores da série.

 A polêmica só aumentou quando o diretor desse episódio afirmou que a relação incestuosa se tornava "consensual no final". Isso fez o público se perguntar se os produtores do programa realmente entendiam o que haviam retratado.

[SAIBAMAIS1]

 Os críticos do seriado também temem que o estupro se torne comum no drama a ponto de virar um fato nada chocante.

 Em resposta a perguntas encaminhadas por e-mail, Martin disse que, como artista, tem a obrigação de dizer a verdade sobre a história e sobre a natureza humana.

 "O estupro e a violência sexual são parte de todas as guerras já travadas, desde os antigos sumérios até os dias de hoje”, disse o autor, 65, que mora em Santa Fe, no Estado do Novo México.

 "Omiti-los de uma narrativa centrada na guerra e no poder teria sido falso e desonesto e teria prejudicado um dos temas dos livros: que os verdadeiros horrores da história humana não derivam de orcs e Senhores do Mal, mas de nós mesmos", acrescentou.

 George R. R. Martin, autor dos romances que deram origem ao seriado "Game of Thrones", conhecidos coletivamente como "As Crônicas de Gelo e Fogo", tem mais de 31 milhões de exemplares impressos e já foi traduzido em mais de 25 idiomas, segundo a editora Bantam Books, selo da Random House.

 Atualmente, a série é transmitida em mais de 150 países e tornou-se o programa de maior audiência da HBO desde "Família Soprano".

Redação O POVO Online