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Oposição vai contestar resultado de eleição no Zimbábue

17:03 | 03/08/2013
Oficiais eleitorais do Zimbábue anunciaram neste sábado (3) que o presidente Robert Mugabe permanece no poder após vencer as eleições desta semana com 61% dos votos, um golpe para a oposição que prometeu recorrer à justiça para comprovar que a eleição não foi livre e justa. De acordo com os opositores, diversas fraudes marcaram as votações.

O candidato de oposição, Morgan Tsvangirai, de 61 anos, disse que o seu partido, o Movimento para a Mudança Democrática, irá contestar o resultado das eleições, que ele descreveu como uma "vergonha". A votação aconteceu na última quarta-feira, entre Tsvangirai, de 61 anos, e Mugabe, de 89, que está há 33 anos no poder - desde que o Zimbábue se tornou independente. O governo disse que 3,95 milhões de pessoas votaram na quarta-feira.

Mais cedo, o partido de Mugabe, Zanu-PF, já havia conquistado a maioria de dois terços no parlamento, o que dá poder para o governo alterar a nova constituição, aprovada recentemente. "Eu me sinto muito feliz pelo processo (eleitoral) ter saído como esperado... Foi pacífico, livro e transparente", disse o Ministro da Defesa e membro do Zanu-PF, Emmerson Mnangagwa.

Enquanto os líderes do Zanu-PF celebraram, Tsvangirai disse que se as eleições fossem conduzidas de forma justa, o seu partido teria vencido. "Isso leva o Zimbábue de volta para uma crise política, constitucional e econômica", disse Tsvangirai. "A eleição livre e justa deve ser realizada o mais rapidamente possível. Nós não estamos rejeitando estas eleições porque o MDC (seu partido, na sigla em inglês) não venceu, mas porque as eleições foram uma fraude".

Tsvangirai disse que seu partido irá esgotar os meios legais para contestar os resultados e pede para que as pessoas não recorreram à violência. A Constituição do país dá sete dias para a apresentação de queixas no Tribunal Constitucional. Se não houver reclamações, o presidente será empossado no prazo de nove dias após o anúncio dos resultados.

A forma como os dois partidos responderão ao resultado será vital para o Zimbábue, para a sua economia e para uma transição pacífica. Os observadores eleitorais e Tsvangirai pediram calma para evitar uma repetição do resultado das eleições de 2008, quando pelo menos 200 pessoas morreram em uma onda violência relacionada às eleições, que, em seguida, acelerou a decadência de uma economia já prejudicada pela elevada taxa de desemprego e disparada da inflação.

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