Reação a veredicto por massacre provoca dezenas de mortes no Egito
Justiça do Egito condena à morte 21 envolvidos em atos de violência em estádio. Após divulgação do veredicto, parentes de acusados pelas 74 mortes tentaram invadir presídio, provocando mais mortos e feridos.
Pelo menos 22 pessoas foram mortas entre elas, dois policiais e mais de 200 ficaram feridas neste sábado (26/01) durante conflitos violentos do lado de fora do presídio principal da cidade de Port Said, no Egito. Oficiais da segurança do país afirmaram que o Exército está sendo deslocado para a cidade litorânea a fim de conter a violência.
"Decidimos posicionar algumas unidades para levar calma, estabilidade e proteção aos estabelecimentos públicos", afirmou o general Ahmed Wasfi em nota divulgada pela agência oficial de notícias Mena.
Parentes dos presos enfrentaram a polícia logo após a Justiça ter anunciado a condenação à morte de 21 pessoas envolvidas em distúrbios violentos no estádio de Porto Said, ocorridos em 1º de fevereiro do ano passado. A pancadaria entre torcedores dos times Al-Masry, de Porto Said, e Al-Ahly, do Cairo, deixou um saldo de 74 mortos.
Os familiares tentavam invadir a carceragem e libertar os 73 acusados pelos crimes. Os 52 que ainda não foram julgados devem receber a sentença do dia 9 de março. Durante os enfrentamentos neste sábado, policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra a multidão. O tumulto provocou a morte de vários manfestantes, dois policiais foram mortos a tiros.
Revolta
Já se esperava que o veredicto gerasse tumulto na cidade, pois parentes dos acusados a maioria torcedora do Al-Masry afirma que o caso tem motivações políticas. Após a leitura da sentença, centenas de torcedores do time do Cairo cantaram nas ruas e soltaram fogos de artifício para comemorar a decisão.
Logo após o apito final da partida realizada em Port Said, naquele 1º de fevereiro, torcedores do time que jogava em casa invadiram o campo e partiram para cima dos torcedores adversários com marretas, facas e armas de fogo. Dos acusados, 61 estavam na torcida do Al-Masry.
Os outros nove réus são policiais, que respondem à acusação de negligência por não terem revistado os torcedores na entrada do estádio para evitar a presença de armas durante o jogo. Eles ainda não receberam a sentença.
MSB/dpa/ap/afp
Revisão: Carlos Albuquerque
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