Piñera abre cúpula Celac-UE pedindo união contra crise
09:06 | Jan. 27, 2013
"Precisamos construir, todos, juntos, o futuro dos nossos países. Esta união é mais do que estratégica, é necessária. É mais do que oportuna, é urgente", discursou Piñera. Ele lembrou que, se a UE chega à cúpula em meio a uma "dolorosa crise", não se pode esquecer que a Europa tem uma economia importante e uma cultura milenar, destacando ainda o sólido compromisso da região com a liberdade, a democracia e o respeito aos direitos humanos.
O presidente chileno, que passa neste domingo a direção da CELAC a Cuba, salientou ainda que, juntos, estes 60 países do bloco, representam um terço da economia do mundo. Apenas 43 deles estavam presentes à reunião.
A chegada de Cuba à presidência do bloco é uma incógnita. Diplomatas brasileiros não conseguiam explicar por que Cuba assumirá a presidência pro-tempore da Celac. A tradicional regra de seguir a ordem alfabética dos nomes dos países, na presidência dos blocos, neste caso, não foi cumprida. O regime de Raúl Castro ficará responsável por negociar a aliança estratégica com os 27 países da União Europeia.
Na quinta-feira, a embaixada cubana foi alvo de protestos, liderados por parlamentares da União Democrática Independente (UDI), um dos partidos de direita que integram a coalizão do governo de Piñera.
Eles exigem que Cuba devolva ao Chile os assassinos do senador chileno Jaime Guzmán, morto em 1991, que estão em Havana. Na sexta-feira, em entrevista, o presidente Piñera chegou a declarar que vai pedir maior colaboração ao governo de Cuba para avançar na detenção dos assassinos de Guzmán.
Brasil
A presidente brasileira, Dilma Rousseff, não discursou no encontro. Mas, mais cedo, ao se reunir com o presidente chileno, no Palácio La Moneda, Dilma Rousseff defendeu a necessidade de os países da região se unirem para enfrentar a crise "lançada" ao mundo "pelos países desenvolvidos".
Pouco antes, Dilma havia se reunido com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner e com a chanceler alemã, Angela Merkel. À saída do encontro, Cristina afirmou à imprensa que os países do Mercosul só começarão a trabalhar em busca de uma proposta de aliança comercial com a UE depois das eleições presidenciais do Paraguai, em abril. O Paraguai está suspenso do Mercosul desde junho do ano passado, quando os países do bloco excluíram o parceiro, alegando que a destituição do então presidente Fernando Lugo pelo Congresso local não teria sido legítima.
Por considerar o Paraguai muito importante no bloco, Kirchner avisou que, somente após a eleição, com um novo presidente no país, a integração com a UE voltará a ser discutida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.