Assange critica filme de Hollywood sobre WikiLeaks
06:00 | Jan. 24, 2013
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, criticou na quarta-feira um filme de Hollywood que fala sobre o site que criou, e o chama de "ataque de propaganda massiva".
Convidado a falar por videoconferência aos estudantes da prestigiada universidade de Oxford a partir da Embaixada do Equador em Londres, onde está refugiado, Julian Assange revelou que obteve uma cópia do roteiro do filme, intitulado "The Fifth Estate", cuja estreia está prevista para novembro.
"Mentira sobre mentira. O filme é um ataque de propaganda massiva contra o WikiLeaks e os membros de minha equipe", declarou o militante australiano durante sua apresentação aos estudantes de Oxford.
Julian Assange, de 41 anos, também acusou o filme de "jogar lenha na fogueira" no conflito com o Irã, ao dar a entender que a República Islâmica fabrica uma bomba nuclear.
No roteiro que teve em mãos, disse, a primeira cena se situa no interior de um complexo militar iraniano onde os documentos carregam símbolos nucleares.
"O que isso tem a ver conosco?", perguntou Assange, que vive refugiado desde junho passado na Embaixada equatoriana para evitar sua extradição à Suécia por um caso de suposto estupro e agressão sexual, acusações das quais afirma ser inocente.
Os estúdios DreamWorks de Hollywood anunciaram na terça-feira o início da filmagem da obra sobre o WikiLeaks, com o ator Benedict Cumberbatch como Julian Assange e o hispânico-alemão Daniel Brühl no papel de seu ex-porta-voz, Daniel Domscheit-Berg.
O diretor de "The Fifth Estate" é Bill Condon, que realizou os dois últimos filmes da saga de vampiros "Crepúsculo: Amanhecer" e, anos antes, "Deuses e Monstros" (1998).
O Equador concedeu asilo político a Julian Assange, mas Londres quer aplicar a ordem de prisão sueca.
O WikiLeaks provocou a ira dos Estados Unidos com a publicação, em 2010, de milhares de documentos secretos sobre as guerras de Iraque e Afeganistão, e mensagens diplomáticas confidenciais que deixaram em situação constrangedora governos de todo o mundo.
AFP