Aedes aegypti: 2,76% dos imóveis vistoriados em Fortaleza possuem larvas
Capital apresenta atualmente cenário de baixo risco para a transmissão de arboviroses, segundo a Vigilância em Saúde Municipal. 49 mil imóveis foram vistoriados
O segundo Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) DE 2025 vistoriou 49 mil imóveis em Fortaleza. Dos quais 1.359 (2,76%) apresentaram focos de larvas do mosquito. A Capital apresenta atualmente um cenário de baixo risco para a transmissão de arboviroses como dengue, zika e chikungunya, segundo a Vigilância em Saúde Municipal.
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O LIRAa de 2025 foi realizado entre os dias 14 e 18 de abril. Embora o percentual indique uma situação controlada no geral, alguns bairros apresentaram índices que exigem maior atenção.
De acordo com o levantamento, os bairros Moura Brasil, Jardim das Oliveiras, Conjunto Palmeiras, Granja Portugal, Autran Nunes, Aerolândia, Conjunto Ceará, Vila Ellery, Granja Lisboa e Bonsucesso foram os que registraram a maior quantidade de focos nas residências visitadas.
O coordenador de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Josete Malheiro, reforça que o índice de infestação é apenas um dos fatores analisados para avaliar o risco epidemiológico de arboviroses.
“Estamos divulgando o segundo LIRAa de 2025, nele podemos avaliar os tipos de locais e recipientes onde encontramos criadouros do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika. O combate ao mosquito só é possível com o apoio da sociedade”, destacou o gestor.
Onde estão os criadouros?
A pesquisa também apontou quais tipos de recipientes mais abrigam as larvas do Aedes aegypti em Fortaleza.
O maior número de focos foi encontrado em depósitos móveis, como vasos de plantas, frascos, bebedouros de animais e materiais de construção acumulados. Posteriormente, apareceram reservatórios de água ao nível do solo, como tambores e tonéis usados para armazenamento doméstico.
Tanques de obras, calhas, ralos, piscinas e sanitários, classificados como depósitos fixos, também figuram entre os locais mais comuns de infestação. Além disso, pneus, sucatas, entulhos e materiais descartados de forma inadequada seguem como importantes criadouros, assim como caixas d’água e cisternas elevadas.
Já os depósitos naturais, como bromélias e ocos de árvores, apresentam a menor taxa de infestação.
Ações de combate em Fortaleza
A Prefeitura de Fortaleza, por meio da Operação Inverno 2024/2025, realizou ações intensificadas durante o período chuvoso, inspecionando mais de 336 mil imóveis em 48 bairros considerados estratégicos.
As ações incluíram visitas domiciliares, pulverização de inseticida (UBV), atendimentos a denúncias via o número 156, educação em saúde nas comunidades, recolhimento de pneus e bloqueio de áreas com registro de casos confirmados de arboviroses.
Casos de dengue em 2025
Segundo o último boletim epidemiológico da SMS, até 19 de abril, foram notificadas 1.516 suspeitas de dengue em Fortaleza. Do total, 77 casos (5,1%) foram confirmados, 1.090 (71,9%) foram descartados e 301 (19,9%) ainda estão sob investigação.
Entenda o LIRAa
O Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) é uma pesquisa nacional orientada pelo Ministério da Saúde.
A metodologia avalia o nível de infestação do mosquito em períodos considerados não epidêmicos, com o objetivo de orientar ações de prevenção. Em Fortaleza, o LIRAa é conduzido pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde da SMS.
A meta é realizar pelo menos quatro levantamentos por ano, monitorando as áreas de maior risco e ajustando as estratégias de combate conforme a evolução dos índices.
Ações para combater o mosquito
A população desempenha um papel fundamental no combate ao mosquito. Algumas medidas que podem fazer a diferença:
- Manter lixeiras bem fechadas;
- Evitar o acúmulo de água em pratos de plantas e bebedouros;
- Limpar calhas, canaletas e caixas d’água regularmente;
- Descartar pneus e entulhos de forma adequada;
- Manter lonas esticadas para evitar acúmulo de água;
- Vistoriar ralos e reservatórios periodicamente;
- Não deixar recipientes expostos ao ar livre que possam acumular água.