Laudo que determina causa da morte de menina de dois anos não constata maus-tratos

A famíllia levou a menina ao IJF informando que ela sofreu uma queda. A criança morreu e a unidade de saúde levantou suspeita de maus-tratos

16:35 | Abr. 24, 2025

Por: Jéssika Sisnando
Imagem de apoio ilustrativo. Prédio e fachada da Perícia Forense (Pefoce) com algumas viaturas a frente (foto: Samuel Setubal)

O laudo cadáverico acerca do óbito de uma criança de dois anos de idade, que morreu no dia 8 de março após dar entrada no Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro de Fortaleza, não constatou agressões ou maus-tratos.

A morte da menina é investigada pela Polícia Civil do Ceará como uma morte suspeita e o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) solicitou novas diligências sobre o caso, pois outra equipe médica apontou suspeita de maus-tratos durante atendimento prestado à criança em unidade hospitalar particular no dia 12 de fevereiro de 2025. 

O POVO teve acesso ao laudo que afirma que a causa da morte da criança foi de Tromboembolismo pulmonar por síndrome hemorrágica.

Conforme o documento, a Perícia Forense aponta que não há elementos para caracterizar maus-tratos, pois não foram constatadas lesões traumáticas que ocasionassem ou concorressem para o evento morte. Não há lesões traumáticas no crânio, pescoço, tórax ou abdome que cursassem com o evento morte.

No dia da morte, a equipe médica do IJF considerou a morte suspeita. A mãe e o padrasto da criança foram levados à delegacia, onde prestaram depoimento e foram liberados.

Possibilidade de problemas de coagulação 

"Os seguintes achados: o volumoso trombo nos vasos da base do coração, as sufusões hemorrágicas em tecido subcutâneo do couro cabeludo, pálpebra, face, pescoço e membros e a hemorragia da conjuntiva ocular direita, além do sangue livre na cavidade estomacal, podem ter sido ocasionadas por distúrbios de coagulação por síndrome hemorrágica de causa a esclarecer", afirma o documento obtido pelo O POVO

Conforme o laudo não há elementos suficientes que configurem maus-tratos ou agressão física como determinante ou concorrente para a causa da morte. 

A criança havia dado entrada, anteriormente, em um hospital particular, onde também houve suspeita de maus-tratos. O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) requisitou mais diligências sobre o caso, que fossem anexados os exames da unidade de saúde. 

Mãe prestou depoimento afirmando que criança sofreu queda acidental na banheira 

O depoimento da mãe afirma que a menina sofreu uma queda acidental na banheira e que deixou a criança em observação, e que quando percebeu uma piora levou para o hospital, mas a filha faleceu.

Conforme o documento do MPCE, consta o depoimento de 13 pessoas, incluindo o pai da criança, avó e padrasto, vizinha e diretora de escola. Nenhum dos depoimentos apontaram evidências sobre maus-tratos. 

Nas redes sociais, um instagram foi criado para pedir Justiça pelo caso, pois pessoas próximas acreditam que a criança era negligenciada pela mãe.