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Bicicleta aquática, nova opção de passeio, aproxima visitantes do Rio Cocó

Bicicleta aquática, nova opção de passeio, aproxima visitantes do Rio Cocó

Passeio no Rio Cocó ocorre em feriados e fins de semana. Mais que uma diversão, a bicicleta aquática é um reflexo da adaptação em grandes cidades para que o direito do contato com a natureza seja suprido

“É incrível ver a Cidade de outra forma, de outro ângulo, os sons que você escuta. E o silêncio. É muito silencioso quando você vai adentrando o rio”, contou Mabel Dantas, 41 anos, pouco após desembarcar de uma bicicleta aquática, novidade de passeio no Rio Cocó, em Fortaleza. Cercada de avenidas, ela pedalou na quietude.

O veículo está disponível para uso pela Navegação Cocó, tradicional grupo de passeios de barco no Parque Estadual. Em um barco, aliás, a equipe de reportagem conversava com Francisco de Assis Araújo, organizador dos passeios, quando avistou Mabel guiando a bicicleta ao longe.

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O turismo com a bicicleta dura 20 minutos e custa R$ 35 por pessoa. Pode ser realizado em feriados e fins de semana, via ordem de chegada. Nos demais dias, é necessário agendamento.

Não há grandes esforços físicos envolvidos, conforme Araújo relata. A única limitação é a idade: mais de 12 anos. Nem mesmo equilíbrio seria preciso, já que o veículo é estável por si só. “Não precisa saber nada, nem nadar. Basta ter controle das pernas”, disse o organizador, enquanto guiava o barco e acenava para Mabel.

Há exatos 20 anos, a empresa de Francisco de Assis Araújo realiza passeios de barco naquele trajeto do rio. O turismo tornou-se familiar aos visitantes e, logo na entrada da trilha, há sinalizações de onde é possível realizar os passeios. Até 170 visitantes são transportados por dia.

A bicicleta aquática, por outro lado, é uma aquisição recente e começou a ser oferecida na terça-feira, 1º de abril. O passeio é feito com colete e acompanhamento de um barco, que serve de “âncora” para descanso, caso o visitante precise.

Segundo Araújo, a ideia seguiu precedentes de outros parques e, ainda que bem recente, ele percebe um interesse na demanda: “As pessoas estão perguntando. Se seguir crescendo, eu vou adquirir outra”.

 

Confira imagens do passeio na bicicleta aquática

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De fato, em 20 minutos, cinco visitantes, que inicialmente fariam somente o passeio de barco, sinalizaram querer pedalar o grande veículo laranja de 160 quilos. Quando Mabel retornou, já se formava uma fila.

A visitante disse ter achado a bicicleta “super leve”. “Acho que dá para qualquer pessoa pedalar, até mesmo quem não pedala na rua, porque como ela é, ela tem boa estabilidade, você não desequilibra”, completou.

O trunfo, porém, é o cenário. “Os sons são diferentes, eu vi a garça super de perto, os peixes saltando…”, disse, pensativa.

“Mamãe, posso encostar na água?”: poluição limita turismo aquático no Cocó

A escolha pela aquisição da bicicleta circundou dois principais motivos, segundo Araújo. O primeiro foi a percepção de um desejo das pessoas em experimentar algo “mais próximo da natureza” do que o barco.

O segundo, no entanto, trata-se de uma limitação. A aproximação dos visitantes não poderia envolver o contato direto com a água, como ocorre em um caiaque, por exemplo. A bicicleta foi a solução encontrada.

A lembrança da poluição parecia um estalo de urbanização, em meio às belezas naturais. Em diferentes momentos, os guias orientavam os perigos do contato direto com o Cocó. “Mamãe, posso encostar na água?”, foi a pergunta, seguida de uma negação, de uma criança cercada pelo rio.

O cenário é um paradoxo comum no turismo ambiental em grandes cidades: da barreira construída por nós mesmos, que nos afasta da natureza, mesmo que estejamos pertinho dela.

“Dentro do rio” há 34 anos, Araújo diz nunca ter tido “problema” com o Cocó. “Ele se movimenta todo dia, então, é bem tranquilo. Mas, as pessoas que vêm passear, não têm anticorpos como eu já tenho”, contou.

A bicicleta, portanto, mais que uma diversão, tornou-se um reflexo da adaptação muitas vezes necessária em grandes cidades, para que o direito do contato com a natureza seja suprido. “Lembrem-se, nós precisamos da natureza, ela não precisa da gente”, completou Araújo, durante o passeio de barco.

Passeio de bicicleta aquática no Rio Cocó

  • Onde: na entrada da trilha ecológica da Avenida Sebastião de Abreu - proximidades do ponto de partida do Passeio de Barco do Rio Cocó 
  • Quando: feriados e fins de semana, das 8h às 13 horas
  • Como acessar: por ordem de chegada em feriados e fins de semana. Via agendamento nos demais dias
  • Como agendar: por telefone (85 85278216), por WhatsApp (85 992053948) ou no Instagram (@navegacao_coco)
  • Quanto: R$ 35 por pessoa


Passeio de barco no Rio Cocó

  • Onde: na entrada da trilha ecológica da Avenida Sebastião de Abreu
  • Quando: feriados e fins de semana, das 8h às 13 horas
  • Como acessar: por ordem de chegada em feriados e fins de semana. Via agendamento nos demais dias
  • Como agendar: por telefone (85 85278216), por WhatsApp (85 992053948) ou através do Instagram (@navegacao_coco)
  • Quanto: R$ 10 por pessoa

 

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