Arquitetos se reúnem em Fortaleza para debater fronteiras híbridas
Seminário reúne profissionais da área de todo o Brasil, reunindo 250 profissionais
A primeira edição do Seminário Arquiteturas Contemporâneas do Brasil, sediado no auditório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Fortaleza, teve como foco discutir e avançar na produção de conhecimento sobre as distintas manifestações da arquitetura contemporânea no Brasil.
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A temática principal são as fronteiras híbridas, nomeadamente as fronteiras temporais, as fronteiras espaciais, as fronteiras tecnológicas e, até mesmo, a ausência de fronteiras.
O seminário reúne arquitetos de todo o Brasil com palestras de profissionais nacionais e internacionais de renome na produção de arquitetura.
Participam 11 arquitetos da rede de pesquisa, dois palestrantes internacionais: a mexicana Loreta Castro e o português, Carvalho Araujo, responsável pelos projetos do Museu da Imagem e do Som (MIS) Ceará e do Complexo da Estação das Artes, em Fortaleza.
De acordo com o coordenador do Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo e Design da Universidade Federal do Ceará (UFC) e organizador do evento, Ricardo Alexandre Paiva, o seminário surgiu do envolvimento de professores e pesquisadores em torno do tema da arquitetura contemporânea do Brasil.
A rede agrega pesquisadores (as) nacionais, provenientes de universidades das cinco regiões do Brasil.
Participaram UFC, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Universidade de Brasília (UnB), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Seminário convida profissionais e estudantes a debaterem fronteiras híbridas
Ao O POVO, Ricardo Paiva afirmou que o conceito escolhido — Fronteiras Híbridas — preconiza a necessidade de considerar a existência de contornos complexos para balizar o debate sobre a cultura arquitetônica contemporânea no Brasil.
“Apontando e discutindo suas contradições e implicações no tempo e no espaço, evitando visões binárias. A palavra híbrido[a] descende do grego hybris, que originalmente significava mistura e miscigenação”, explica.
“Superada essa ideia de híbrido (a) como algo anômalo, o termo é apropriado para qualificar aquilo que é complexo, composto da mistura de coisas distintas, mas que tem potência para gerar outras coisas. Assim, o tema é um enunciado que remete à essa ideia de ultrapassar, cruzar, misturar e problematizar os limites de interpretação sobre as arquiteturas contemporâneas no Brasil”.
“Diante do panorama diverso, o seminário convida pesquisadores, profissionais e estudantes a contribuírem com o debate proposto, submetendo artigos completos para apresentação em sessões de comunicação”, afirma Ricardo.
Para ele, a relevância do evento consiste na oportunidade de discussão e de apresentação de ideias, pesquisas e análises críticas que têm como ponto de interseção a heterogeneidade da arquitetura contemporânea no Brasil.
“Tentando para a importância e a valorização da dimensão sociocultural da Arquitetura e Urbanismo, tanto como campo disciplinar, como práxis. E unir a academia ao campo profissional, colocando o projeto no centro do debate”, finaliza.