Vítimas de duplo homicídio na Praia do Futuro eram ligadas a apostas e rinhas de galo

Vítimas de duplo homicídio na Praia do Futuro eram ligadas a apostas e rinhas de galo

Dois homens foram presos pelo crime. O modo como a dupla operou aponta que o homicídio foi ordenado e planejado

As duas vítimas mortas na Praia do Futuro, em Fortaleza, na terça-feira, 1º, tinham parcerias em negócios que envolviam casas de apostas onlines, conhecidas como bets, e rinhas de galo.

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Eles foram identificados como Renato Faria de Azeredo, de 34 anos, natural do Rio de Janeiro, e André Luís Guellen, de 43 anos, do Rio Grande do Sul.De acordo com depoimentos colhidos pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE), eles estariam em Fortaleza a passeio.

Em coletiva de imprensa, nesta quinta-feira, 3, a PC-CE informou que prendeu dois homens envolvidos na execução do duplo homicídio. A prisão ocorreu nessa quarta-feira, 2, em Petrolândia, cidade de Pernambuco para onde os suspeitos fugiram após o crime.

Segundo o delegado da 10ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Ícaro Coelho, a motivação do crime ainda não está esclarecida. No entanto, o modo como a dupla operou aponta que o homicídio foi ordenado e planejado.

A investigação ainda deve apurar se as atividades das vítimas têm a ver com o motivo dos homicídios. Conforme familiares, Renato e André tinham criatórios de galos utilizados em rinhas e “bancavam” casas de apostas.

 

“A mãe do indivíduo do Rio de Janeiro foi bem clara ao dizer que ele desempenhava essa atividade de rinhas de galos e que era famoso nessa atividade. A esposa, já com uma postura mais defensiva, informou que ele trabalhava com bets e que ele não era sócio de uma empresa, mas atuava na função de bancar apostas. Ela própria não conseguiu explicar quando indaguei do que se tratava ‘bancar’ apostas”, explica o delegado.

A esposa da vítima gaúcha também afirmou que o marido tinha criatório de galos para rinhas. “Não sei ao certo se em relação a apostas ou rinhas, mas elas foram unânimes em dizer que eles viajavam bastante em relação à atividade que empenhavam”, conta Coelho.

Presos viajaram ao Ceará apenas para cometer o homicídio

Os dois presos, de 27 e 37 anos, alugaram um carro em Petrolândia, e viajaram até Fortaleza. No dia anterior ao crime, o suspeito de 27 anos comprou uma moto na Capital com o intuito de usá-la no assassinato.

No momento do homicídio, o homem de 37 anos estava pilotando a motocicleta e teria sido responsável por abordar o carro das vítimas e atirar contra elas. Enquanto isso, o outro criminoso dava apoio à ação no veículo alugado.

Os suspeitos abandonaram a moto e seguiram viagem de volta a Pernambuco ainda na terça-feira. Após o carro ser identificado por sistemas de videomonitoramento, equipes do Departamento de Polícia Judiciária do Interior-Sul (DPJI-Sul) foram deslocadas até o estado pernambucano para procurar a dupla e efetuar as prisões.

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O carro foi encontrado em Petrolândia com um casal que seria dono de uma locadora de automóveis. Eles repassaram informações sobre o homem que alugou o carro e a Polícia foi até a casa do suspeito para realizar a prisão.

“A partir da prisão, ele indicou esse outro parente, um primo, que também estaria envolvido e também foi preso”, explica Pedro Viana, diretor da DPJI-sul. Os dois passaram por audiência de custódia e devem ser transferidos para Fortaleza.

A organização do crime, para Pedro Viana, demonstra “estudo prévio” dos trajetos, do local para comprar e abandonar a moto e do lugar em que as vítimas estariam. “Sem dúvida eles vinham monitorando essas vítimas”, diz.

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