Estudantes de Medicina da UFC ameaçam paralisação em protesto por mudança no local de almoço
Discentes são contra mudança do local de refeição, que sai do Hospital Universitário Walter Cantídio e vai para o Restaurante Universitário
Estudantes da Faculdade de Medicina (Famed) da Universidade Federal do Ceará (UFC), que fazem estágio no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac) ameaçam parar as atividades a partir do dia 1º de abril.
Reivindicação é contra a suspensão do almoço dentro do Complexo Hospitalar da UFC, prevista para 1º de abril.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Segundo a UFC, os discentes serão realocados para o Restaurante Universitário de Fortaleza (RU).
A paralisação está sendo organizada por um comitê, composto por membros do internato e representantes do Centro Acadêmico XII de Maio (Gestão Reconvexo).
A decisão sobre a paralisação foi aprovada em assembleia na quarta-feira, 26, por 145 votos a favor, 0 contra e 0 abstenções, contando com a participação de 163 alunos regularmente matriculados, atingindo, portanto, o quórum de 10% (100 alunos).
Segundo Alberto Júnior, aluno do 7° semestre de Medicina, 21, e também secretário de assuntos estudantis do Centro Acadêmico (CA) XII de Maio, a Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Prae) afirmou que o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a suspensão do almoço no HUWC.
UFC afirma que garantirá isenção e adaptações
Por meio de uma nota, a UFC informou que o pró-reitor de Assistência Estudantil da Universidade Federal do Ceará (UFC), professor Bruno Rocha, se reuniu ainda na quarta-feira, 26, com os estudantes.
A Universidade garante que haverá isenção nas refeições de todos os estudantes que estão em estágio de 40 horas semanais (internato) no HUWC.
Afirmou ainda que a Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (Prae) fará “adaptações operacionais no Restaurante Universitário (RU), a fim de permitir o acesso dos estudantes em internato no HUWC ao RU nos horários condizentes ao período de intervalo dos turnos de trabalho”.
Ainda em nota, a UFC ressaltou que está em negociação com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para promover ajustes nos horários de atendimento dos estudantes.
“No entanto, acreditamos que essa solução não resolve o problema, porque o preço (R$ 1, 10) é simbólico. A questão é o tempo curto que os alunos têm para almoçar”, defende o estudante Alberto Júnior.
Cerca de 550 metros distanciam o HUWC ao RU, mas segundo Alberto, a carga horária compromete o intervalo.
“Os alunos ficaram estarrecidos com a notícia. É a retirada de um direito básico dos estudantes, que é almoçar no serviço. É uma questão de dignidade ter direito à alimentação no local em que você está estagiando e não se submeter a condições desgastantes de se deslocar num ambiente inseguro”, argumenta Alberto, antes da decisão final.
Em nota, o Complexo Hospitalar da UFC, vinculado à Ebserh, comunica que é regido pela política nacional de fornecimento de alimentação da estatal, que foi ajustada após recomendações de auditoria sobre quem receberia ou não alimentação paga pelas unidades hospitalares.
Logo, a responsabilidade administrativa deriva desta regulamentação. Assim, reforça o compromisso com o ensino, o respeito aos estudantes e a disposição colaborativa para os ajustes que forem necessários perante à Universidade.
Atualizada às 10h46 de 28/03/2025
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente