Maratonista marroquino denuncia ataques xenofóbicos em Fortaleza

Maratonista marroquino denuncia ataques xenofóbicos em Fortaleza

Jamal Soufane, que mora no Brasil há 11 anos, relatou agressões verbais e físicas enquanto corria na Beira-Mar. Ele pretende tomar providências

O maratonista marroquino Jamal Soufane denunciou nas redes sociais ter sido alvo de agressões verbais e físicas com cunho xenofóbico enquanto corria na Avenida Beira-Mar, em Fortaleza, na manhã deste domingo, 23.

Em um vídeo publicado no Instagram, Jamal relatou que dois homens o atacaram sem motivo aparente. “Decidiram, do nada, me atacar. Chegou um senhor e pulou em cima de mim, queria bater em mim… Depois, ele e um amigo dele começaram a me xingar”, afirmou.

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O atleta também destacou que, mesmo tentando dialogar e perguntar o motivo da hostilidade, as agressões continuaram. “Me disseram: ‘Você chegou ontem aqui, nem era pra você estar correndo aqui’”, relatou.

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Jamal vive no Brasil há 11 anos e corre em Fortaleza há sete. Ele nunca havia passado por uma situação semelhante. “O fato de eu ter nascido em outro país ou de ter chegado ‘apenas’ há 11 anos não dá a ninguém o direito de me proibir de correr na Beira-Mar por ser ‘sua terra’”, desabafou.

O maratonista ressaltou que tomará providências: “O que aconteceu é inaceitável. Mesmo tentando dialogar e perguntando diversas vezes quem eu teria ‘empurrado’, a pessoa simplesmente partiu para a agressão verbal e começou a proferir ofensas, usando palavras de baixo calão.”

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Em fevereiro, Jamal, que tem cidadania brasileira, recebeu o título de cidadão cearense pela Assembleia Legislativa do Ceará. Ele também foi o primeiro estudante marroquino da Universidade Federal do Ceará (UFC).

A assessoria de corrida à qual Jamal pertence repudiou o episódio. “É inaceitável que, em um ambiente onde deveríamos celebrar o esforço, a dedicação e o espírito coletivo, ainda tenhamos que lidar com atitudes que ferem, desrespeitam e excluem."

"O esporte é união, é respeito, é superação. Não há espaço para qualquer forma de preconceito”, declarou a empresa em nota.

O caso repercutiu nas redes sociais, com diversas manifestações de apoio ao atleta e críticas à xenofobia.

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