Governo Federal prevê recursos para o IJF e volta de serviços no Hospital da Mulher

Governo Federal prevê recursos para o IJF e volta de serviços no Hospital da Mulher

Titular da pasta, Alexandre Padilha, está em Fortaleza para inauguração do Hospital Universitário do Ceará; pasta informa repasse de R$ 200 milhões para a saúde de Fortaleza

O Ministério da Saúde deverá investir R$ 180 milhões no Instituto Doutor José Frota (IJF) e retomar atividades paralisadas no Hospital da Mulher, em Fortaleza. As medidas foram anunciadas pelo novo titular da pasta federal, Alexandre Padilha, em visita ao O POVO, durante esta quarta-feira, 19.

No IJF, os recursos devem ser enviados em parcelas, ao longo de 12 meses, com possibilidade de aumento a depender da necessidade do Hospital. O montante chega para ser destinado à reabertura de 30 leitos de ortopedia, aumento da quantidade de exames hemodinâmicos (até 250 mensais) e incremento das ressonâncias magnéticas, que devem sair de 350 para 850 ao mês.

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Já no Hospital da Mulher, o objetivo é retomar diversas atividades que estavam paralisadas, como cirurgias ginecológicas e exames de histeroscopia. Padilha também afirmou que o hospital terá um novo modelo de custeamento dos serviços, visando reunir diversas necessidades da saúde feminina em um único local.

“Estamos inaugurando aqui no hospital da mulher uma nova tabela de remuneração do atendimento da saúde da mulher. Procedimentos de cirurgia, diagnóstico, que eram feitos de forma fragmentada, passam a ser tudo integrado, e por isso acontece mais rápido no próprio hospital”, explica o ministro.

As medidas foram anunciadas após reuniões entre a Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (Saes) e representantes do Governo do Ceará, Prefeitura e secretarias de saúde a nível estadual e municipal. As negociações ocorrem em paralelo à inauguração do Hospital Universitário do Ceará, mote da visita ministerial à Capital neste feriado de São José.

Segundo Padilha, as medidas, tanto no IJF quanto no Hospital da Mulher, têm como principal foco a redução do tempo de espera no atendimento à saúde. A diminuição da demora nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) tem sido tratada como prioridade pela nova gestão da pasta desde o discurso de posse, no dia 10 de março.

Prefeitura e MS ainda não tratam sobre ampliação dos horários em postos de saúde

Em entrevista ao O POVO no mês de fevereiro, o prefeito de Fortaleza Evandro Leitão (PT) afirmou que deseja buscar ajuda do Ministério da Saúde para ampliar o funcionamento dos postos de saúde da Capital até às 21 horas. A medida foi uma das principais propostas de campanha do atual gestor, eleito no pleito municipal de 2024.

Questionado sobre as conversar para esse auxílio do MS, Padilha afirmou que o tema não foi tratado durante as reuniões executadas nesta visita à Fortaleza, mas que a pasta está sempre aberta para o diálogo. O ministro citou o lançamento de um novo edital do programa Mais Médicos, com 200 vagas para o Ceará, das quais parte pode vir para a Terra do Sol, mas lembrou que o foco neste momento são os hospitais.

Padilha elogiou a proposta do atual prefeito e chegou a dar como exemplo o Complexo Hospitalar Conceição, no Rio Grande do Sul, que pertence ao Ministério da Saúde e deverá começar a atuar em breve com terceiro turno.

“Uma das decisões que nós tomamos lá é fazer terceiro turno. Vai funcionar de 19 horas até 1 hora da manhã para fazer diagnóstico, cirurgias eletivas, vai funcionar de sábado. Porque é muito importante adequar à vida das pessoas. As pessoas não estão às vezes durante a semana perto da unidade básica de saúde. Cada realidade você pode ampliar o atendimento à vida das pessoas”, comenta.

De acordo com Evandro, o auxílio financeiro do Ministério da Saúde seria destinado para o credenciamento de novos profissionais da saúde da família. A ideia é que estas equipes saltem de 450 para 1.300 na Capital.

“Vamos enterrar a tabela SUS”, afirma ministro

Entre as medidas a nível nacional que deverão ser adotadas pela nova gestão do MS está a atualização da tabela SUS, índice de referência do Governo Federal para o pagamento das entidades que prestam serviços à saúde pública. Em defasagem, a tabela já havia sido criticada por entidades aqui da Capital, como a Santa Casa de Misericórdia, que afirma não receber os valores suficientes para o custeio dos procedimentos realizados.

Conforme o ministro, a tabela atual enfrenta problemas não só na remuneração, mas também na fragmentação dos serviços. A nova proposta é de que as prestadoras de serviços, para receber os recursos do MS, reúnam todos os serviços necessários para as pacientes em um único local.

“Nós vamos enterrar a tabela SUS. Vamos ter a ousadia de superar esse modelo. Na tabela SUS o problema não é só o valor do recurso, mas ele é fragmentado. Você tem uma suspeita de câncer de mama e vai ao hospital fazer esse procedimento. A tabela SUS paga um valor para a mamografia, um para ultrassom, um para biópsia e diagnóstico, cada um fragmentado. A pessoa pode ser obrigada a fazer cada um em um serviço diferente”, explicou Padilha, em entrevista à rádio O POVO CBN.

Para incentivar a prestação do serviço completo nas unidades, o Ministério também prevê a compra do chamado “pacote completo”, com todas os exames necessários ao público atendido reunidos em um só local. De acordo com Padilha, as unidades que cumprirem essa prerrogativa deverão receber um valor a mais em recursos.

“A gente vai buscar superar isso integrando esses procedimentos, pagando pelo pacote completo. Para receber o recurso, vai ter que fechar todo o diagnóstico. Não adianta fazer a mamografia e não fazer a biópsia. Isso estimula o serviço a se organizar dessa forma. E vai receber mais se fizer no tempo correto”, conclui.

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