Operação contra ataques a empresas de internet faz 21 prisões e mais de 70 apreensões
Ação da Polícia Civil do Ceará (PCCE) nesta sexta-feira, 14, acontece em Caridade, Canindé e Fortaleza; um dos presos atuava como agiota no município de Caridade
Segunda fase da operação "Strike", contra ataques a empresa de internet, prende sete pessoas e apreende seis veículos, 30 aparelhos celulares e uma arma de fogo nos municípios de Caridade, Canindé e Fortaleza.
Nas duas fases da operação policial, foram realizadas 21 prisões contra suspeitos de envolvimento no esquema de repressão às provedoras.
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Ao todo, 74 apreensões foram executados durante as duas fases da operação.
Ação da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), nesta sexta-feira, 14, dá continuidade ao trabalho investigativo sobre ataques a veículos e empresas de internet no Ceará.
Os alvos da operação são membros da organização criminosa Comando Vermelho (CV) atuantes em Caridade. O grupo é apontado como responsável pelos recentes ataques às provedoras na cidade.
O primeiro preso foi um homem de 44 anos, localizado na zona rural de Caridade. Segundo as investigações, o homem atuava como agiota no município e é suspeito de integrar o CV.
Junto com o alvo foram encontrados três veículos, que teriam sido empenhados por pessoas que pegaram dinheiro emprestado com ele. Celulares e notas promissórias em posse do preso também foram sequestradas.
Além dele, um homem de 39 anos também foi preso em Caridade, após cumprimento de mandado de busca e apreensão. Na casa onde ele residia foram encontrados cinco aparelhos celulares e um veículo que deverão passar por perícia.
O terceiro preso foi um homem de 23 anos, preso em flagrante enquanto portava uma arma de fogo. Este já possui antecedentes criminais por tráfico e posse de drogas, furto qualificado, corripção de menores e posse ilegal de arma de fogo.
Por fim, um quarto alvo, de 24, foi preso também em cumprimento de mandado de prisão. Ele já tem passagens pela polícia nos crimes de tentativa de homicídio, tortura, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.
Atualizada às 13h40min
Na quarta-feira, 12, 17 pessoas foram presas por suspeitas de envolvimento nas ações. Cinco pessoas foram detidas em flagrante pelo crime de funcionamento clandestino de empresa de internet e por receptação.
Operação aconteceu após série de ataques da facção a empresas de internet no Estado. O grupo estaria ordenando extorsões e ataques a provedoras para garantir exclusividade ou permissão para atuar em determinados territórios.
Confira imagens das ações policiais
Esta é a segunda fase da operação "Strike", deflagrada após o governador Elmano de Freitas (PT) criar um grupo específico para atuar contra as ações do crime organizado.
Além da Capital, a primeira etapa da operação também realizou ofensivas nas localidades de Caucaia, Horizonte e São Gonçalo do Amarante.
Linha do tempo sobre série de ataques
Os ataques a empresas de internet têm sido registrados desde o final do mês de fevereiro no Ceará. No sábado, 22, uma semana antes do Carnaval, um veículo da empresa Brisanet foi incendiado no bairro Jacarecanga, em Fortaleza.
Na quinta-feira, 27, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), em São Gonçalo do Amarante, foi alvo de ataques do Comando Vermelho, que estaria cobrando taxas para que as empresas operassem na região.
Os atentados motivaram, ainda na quinta-feira, 27, uma reunião entre o Governo do Estado e as 15 provedoras atuantes na área, onde foram prometidas medidas mais eficientes no combate à ação criminosa.
Entre 22 de fevereiro e o dia 7 de março, pelo menos quatro ataques à empresas de internet fora registrados no Ceará.
Caridade, que está entre os municípios da operação realizada nesta sexta, também sofreu ataques, que chegou a deixar 90% dos moradores sem acesso a internet após criminosos arrancarem cabos e quebrarem caixas de transmissão de internet em postes na Cidade durante a madrugada do sábado, 8.
Ainda no mesmo dia, o governador Elmano de Freitas (PT) anunciou a criação de um grupo especial nas forças de segurança do estado para atuar na prevenção aos ataques de facções contra os empreendimentos.
No domingo, 9, duas empresas tiveram portas e cadeiras quebradas durante a madrugada em Caucaia.
Na segunda-feira, 10, a fachada de uma provedora de internet no bairro Itambé, também em Caucaia, foi atacada com pelo menos seis tiros. A ação resultou na interrupção dos serviços de um posto bancário devido à falta de conexão.
As falhas de internet duraram até pelo menos a terça-feira, 11, quando moradores relataram ao O POVO que estariam há dois dias sem conexão.
Atualização às 13h38
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