Homens presos no Pinto Martins eram "seguranças" do chefe do CV no Pirambu
Os autuados também atuavam na "contenção" do tráfico de drogas do o Complexo da Penha, no RJ. Eles teriam voltado a Fortaleza após serem acusados de trair a facção
Os quatro homens presos nessa terça-feira, 25, após desembarcarem no Aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza, moravam no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro (RJ). Lá, eles atuavam na “contenção” do tráfico de drogas na comunidade, assim como eram “seguranças” de Carlos Mateus da Silva Alencar, o "Fiel" ou "Skidum", chefe da facção criminosa Comando Vermelho (CV) no Grande Pirambu.
As informações constam no Auto de Prisão em Flagrante (APF) lavrado contra o grupo, que foi preso logo após desembarcar de um voo vindo do Rio. Conforme a investigação da Polícia Civil, os quatro homens fugiram para o Rio após praticarem diversos crimes, incluindo homicídios, na região do Pirambu.
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De acordo com depoimentos dos policiais civis que participaram da ocorrência, “se tornou algo corriqueiro essa fuga de criminosos de Fortaleza para o ESTADO DO RIO DE JANEIRO, local onde esses criminosos promovem novas conexões e conseguem material ilícito para mandar para os bairros onde atuam”.
Ao monitorar as contas dos autuados nas redes sociais, os policiais civis se depararam com fotos em que eles ostentavam armas de fogo de grande poder de destruição, como fuzis. Carlos Mateus também aparecia nas imagens.
Os presos nessa terça foram identificados como: Francisco Airton Vieira Araújo, conhecido como Airtinho ou Mainha, de 27 anos; Gessival Moreira de Lima, conhecido como Val ou Valdo, de 30 anos; Jardel Almeida de Mesquita, conhecido como Borel, de 28 anos; e Francisco da Silva Prudêncio, conhecido como Bira, de 42 anos.
Todos eles tiveram prisão preventiva decretada em audiência de custódia realizada nesta quarta-feira, 26.
Autuados eram considerados como “traidores” pelo CV
O retorno dos quatro presos a Fortaleza ocorreu após, na segunda-feira, 24, um “salve” ser publicado nas redes sociais tachando-os de “traidores” do Comando Vermelho. Eles teriam armado uma “conspiração” contra um “irmão” que havia “abraçado-os” e dado a eles “oportunidade” no Rio de Janeiro.
Ainda de acordo com o salve, eles não tiveram a morte decretada pelo CV , mas “perderam o convívio”, isso é, não poderiam mais frequentar os espaços da facção.
“Na nossa visão merecia punição muito mais maior como acareta a morte de todos mais pelo pedido do próprio irmão que foi vítima da conspiração desses cara q não quis matar eles aqui primeiro em consideração aos outros amigos, e por respeito a família deles” (SIC), diz o texto.
Ouvidos pela Polícia Civil, alguns dos suspeitos disseram que a situação não passava de um “mal entendido” e que eles haviam voltado a Fortaleza para se explicar sobre as acusações. Nenhum deles, porém, deu mais detalhes sobre as circunstâncias do caso.
Além dos homens que foram presos no Pinto Martins, um outro integrante do CV é citado no salve, Luan Carlos Marcolino de Alcântara, de 23 anos. Tubarão, como é conhecido é réu pelo assassinato do soldado Bruno Lopes Marques, crime ocorrido em 12 de fevereiro de 2024 no bairro Carlito Pamplona.
Ele nunca foi preso pelo crime e também teria ido esconder-se no Rio de Janeiro.