Casa de repouso interditada: Ministério Público afirma que grupo que administra local é investigado desde 2013
Promotor de Justiça afirma que grupo que administra o local já atuou em outros equipamentos e tem sido investigado desde 2013
De acordo com o promotor de Justiça Alexandre Alcântara, o grupo que administra a Casa de Repouso Psquiátrico São Gabriel, no bairro Carlito Pamplona, em Fortaleza, já atuou em outros equipamentos também de abrigamento e é investigado desde 2013.
Foi nesse ano que um dos espaços teria começado a funcionar e, de acordo com o Ministério Público do Estado (MPCE), após se tornar alvo de inspeção, houve mudança de endereço. A situação se repetiu por mais vezes, até que a São Gabriel começasse a funcionar.
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Dez internos voltaram para suas famílias após operação policial que prendeu a proprietária do local, em fevereiro.
No local, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) identificou cinco pessoas com tuberculose e outras 33 estão sintomáticas.
O POVO esteve na Casa na segunda-feira, 24, e de acordo com relatos do atual gestor, funcionários e familiares, a situação no local era degradante. As informações eram de que os pacientes psiquiátricos estavam sem medicamentos ou atendimento médico.
Um dos internos morreu sete dias após a operação. Conforme o MPCE, outros dois internos morreram nos dois meses que antecederam a operação. E um outro está internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
A delegada Rena Gomes, titular da Delegacia de Proteção ao Idoso e à Pessoa com Deficiência (DPIPD), afirmou que a família do idoso internado não sabia sobre a ocorrência de saúde.
A Casa segue interditada e uma decisão judicial deu o prazo de 30 dias para que os órgãos municipais e estaduais providenciassem a realocação das pessoas para outras casas ou que voltem para suas famílias.
Acesso a medicamentos e saúde
"Nós fazíamos uma cobertura do lar de forma superficial, até porque os usuários buscavam a unidade (de saúde) diante da necessidade. Mas a gente descobriu um caso de tuberculose lá. A nossa equipe de epidemiologia foi a primeira a acessar, e tinha uma dificuldade de acesso. Quando surgiu e a equipe voltou, me falou do absurdo que era as condições. Então eu pedi elas que fizessem a denúncia", explicou Emanoel Uchôa, enfermeiro e coordenador da Regional de Saúde I da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
Ele nega que haja desassistência, como alegam funcionários do local. "As prescrições estão lá, os profissionais estão, a medicação, mas aí a medicação não está sendo dada por quem ficou responsável de fazê-lo lá no estabelecimento", afirma.
A falta de comida, que teria feito familiares levarem cestas básicas para abastecimento, também é negada.
Conforme informações do MPCE, quando houve a operação, o local abrigava 60 pessoas e apesar da apreensão de alguns cartões que viabilizavam acesso à recursos por parte dos pacientes, a Casa ainda teria pelo menos outros 40 cartões em posse.
Uma coletiva de imprensa reunião MPCE, SMS e Polícia Civil nesta terça-feira, 25.
Com informações de Kleber Carvalho
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