No ritmo do batuque, bloco leva resistência LBT e diversidade ao Pré-Carnaval da Gentilândia

No ritmo do batuque, bloco leva resistência LBT e diversidade ao Pré-Carnaval da Gentilândia

O grupo Cola Velcro, que existe desde 2017, foi criado para celebrar a presença de mulheres lésbicas, bissexuais e transgêneras

Lembrando que o Carnaval também é político, o bloco Cola Velcro saiu às ruas do Benfica neste domingo, 23, para encerrar o Pré-Carnaval com diversidade e muito batuque. Para além da folia, a festa se propõe a criar um ambiente de pertencimento para mulheres lésbicas, bissexuais e transgêneras (LBTs).
“Ele surgiu a partir da união de grupos que já existiam, Tambor do Sapê, Tambor Pra Mulher (TPM) e também de independentes, a priori lésbicas bissexuais”, explica Ianca Agostinho, cofundadora do bloco.

De acordo com ela, a ideia inicial era criar um espaço onde mulheres lésbicas e bissexuais pudessem se reunir e celebrar, mas o Cola Velcro se expandiu ao longo dos anos para incluir também pessoas transgêneras, visando tornar-se um coletivo ainda mais diverso e representativo.

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Representatividade que o grupo também procura manter na própria organização interna. “A nossa produção acontece de uma forma bem homogênea entre nós. Tem um núcleo duro que organiza, mas as pessoas a gente convida para poder chegar junto”.

Atualmente, o bloco conta com um núcleo de organização formado por mais de 40 pessoas. Jessica Pereira, também cofundadora, explica que o grupo passa por várias etapas organizativas. “A gente tem o que a gente chama de núcleo duro, que são geralmente essas pessoas que estão desde a fundação, mas também pessoas que foram se somando ao longo do tempo e construindo o bloco mais organicamente”.

Segundo Jessica, essa construção não se limita à infraestrutura, mas também envolve a reflexão sobre o trajeto político do bloco. “A gente não é só um bloco de Carnaval, mas um bloco de Carnaval com viés político”, reforça.

Neste ano, sem o apoio de editais da Prefeitura, o Cola Velcro ainda conseguiu se manter ativo e realizar sua participação no Ciclo Pré-Carnavalesco. De acordo com Jéssica, a saída do bloco foi possível graças a uma rede de apoio de instituições privadas e iniciativas independentes.

“A gente está saindo com financiamento independente. Estamos fazendo um sorteio para conseguir levantar algum dinheiro e ir na tora mesmo”, explica.

E nem só de Carnaval vive um bloco. “A gente participou, por exemplo, da ocupação da Casa da Mulher Brasileira, para que aquele pudesse ser um espaço seguro para mulheres que estão sendo vítimas de violência”, relata. Além dessa atuação, o bloco mantém vínculo com diversos movimentos sociais da cidade, incluindo coletivos antirracistas, feministas e LBTs.

O desfile único do bloco no Pré-Carnaval de Fortaleza contou com a presença de DJs como Bugzinha, Molha Donas, Thalita Luz, Lauren Lizzy e Thalú Verraz, além do batuque das percussionistas.

Com informações da repórter Ludmyla Barros

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