Mulher é atacada por oito cachorros na Praia de Iracema; moradores relatam casos no Edson Queiroz

A vítima, Luzia Caetano, recebeu 20 pontos na mão após o ocorrido. No bairro Edson Queiroz, moradores denunciam ataques de animais que vivem nas ruas

15:15 | Fev. 07, 2025

Por: Rafael Santana
Luzia Caetano foi atacada por oito cachorros e levou 20 pontos na mão (foto: Arquivo Pessoal )

A costureira de 55 anos, Luzia Caetano, foi mordida por oito cachorros na Praia de Iracema, em Fortaleza. O ataque aconteceu na manhã dessa quinta-feira, 06, por volta das 7 horas, enquanto ela voltava do mar após uma sessão de fotos.

A costureira foi socorrida por pessoas que estavam próximas ao local e encaminhada ao hospital, recebeu 20 pontos na mão, além de injeções e medicamentos para a prevenção de doenças.

Luzia conta que estava esperando seu marido, que trabalha como taxista, e decidiu tirar fotos do mar. Ao voltar, ainda na areia, conta que foi abordada pelo primeiro cachorro, que ficou latindo, e em seguida os outros apareceram, cercando a costureira.

“Fiquei muita assutada, tentei acalmar eles acenando com a mão para ver se aparecia alguém. Eles me atacaram e me derrubaram no chão, pensei que eu ia desmaiar ali. Percebi que um deles estava segurando o coro da minha mão na boca”, relata.

“Sinto dor e muito medo. Qualquer barulho de cachorro me assusta. Ali era para ser um lugar seguro, levo minhas filhas e netos para lá. Meu marido vive presenciando esse tipo de ataque”, desabafa.

Durante o ocorrido, pessoas próximas viram a situação e correram para ajudar Luzia. Uma delas foi a profissional de Educação Física, Taiana Lohmann, de 43 anos. Ela afirma que chegou a pensar que os cachorros queriam brincar.

“Ela estava bem distante da gente, e teve um momento que eles derrubaram ela e começaram a latir. Nessa hora, a gente viu um deles mordendo a mão dela. Mandei dois alunos irem ajudar. Os cães morderam a perna dela e nós a trouxemos para onde estávamos e fizemos os primeiros socorros”, lembra Taiana.

Ela relata que não é a primeira vez que esse tipo de situação acontece e que existem muitos cachorros em situação de rua no calçadão da Praia de Iracema. “Ela não estava correndo e eles simplesmente foram lá e atacaram”, diz.

Denúncias de ataques no bairro Edson Queiroz

A rádio O POVO CBN trouxe outros relatos de ocorrência de ataques de cachorros em vias públicas. As denúncias eram referentes ao bairro Edson Queiroz, em Fortaleza. Silgene Sampaio, moradora do bairro e pessoa com deficiência, conta que já foi atacada e foi socorrida por outros moradores. 

E eu costumava fazer esse trajeto várias vezes ao dia tranquilamente. Agora não posso mais, porque toda vida tem uns cachorros, um grupinho que fica na rua de baixo ou na rua de cima. Sempre que eu passo com a cadeira, se eles tiverem em dupla, atacam", conta. 

Cuidados ao ser mordido ou arranhado

O médico veterinário Gilson Barbosa destaca que mais do que uma questão de abandono de animais, a situação é um alerta de saúde publica, devido às doenças que podem ser transmitidas para a população.

"Muitos desses animais, sejam cães ou gatos, ficam expostos a várias doenças e muitas dessas doenças podem ser transmitidas para as pessoas que estejam ali passando na hora na rua", afirma.

Ele explica que essas doenças podem ser transmitidas através de agressões, mordidas, arranhaduras e muitas vezes pode serveir como ponto de acesso a contaminantes como vírus, bactérias e outros agentes infecciosos.

"O primeiro passo é lavar o ferimento com água e sabão, de preferência sabão em barra. O segundo passo é procurar unidade básica de saúde para receber a devida assistência", destaca. O animal, de acordo com o médico veterinário, deve ficar em monitoramento durante 10 dias, que é um período de observação.

"No qual deve se atentar qualquer tipo de alteração, seja na parte lógica, questão de apetite, fezes, qualquer tipo de alteração deve ser comunicada à unidade básica de saúde, como também a o veterinário, caso tenha algum tipo de assistência veterinária", reforça.

Esses animais devem ser muitas vezes transferidos ou alocados para que, eh, medidas de saúde pública possam ser postas em ação e evitar a transmissão para liberação de doenças. Muito obrigado pela atenção. Qualquer dúvida, a história é à disposição. (Colaborou Bruna Lira/Rádio O POVO CBN)