Estudantes da UFC denunciam onda de assaltos no campus do Porangabussu
Alunos apontam sensação de insegurança e organizam protesto para denunciar ações criminosas; entidade de ensino diz ter pedido reforço da polícia
Estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC) reclamam de uma onda de assaltos no campus do Porangabussu, no bairro Rodolfo Teófilo, em Fortaleza. Alunos apontam sensação de insegurança e organizam protesto para denunciar ações criminosas. Entidade de ensino diz ter pedido reforço da polícia.
Relatos encaminhados ao O POVO apontam que os crimes têm ocorrido com frequência, principalmente no caminho que dá para o Restaurante Universitário (RU) e nas proximidades do local.
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Entre as vítimas dos assaltantes está a aluna Rafaela Lima, 25. Conforme conta, na manhã da última terça-feira, 28, ela foi abordada por um homem assim que chegou na unidade alimentícia.
Estudante estava acompanhada de outras alunas no momento em que o assalto aconteceu. O suspeito, armado, apareceu em uma moto e levou celulares de algumas de suas amigas.
A estudante do curso de Medicina diz que não estava com seu aparelho telefônico no momento, e só por isso não teve o mesmo roubado. No entanto, o susto pelo qual passou a deixou insegura.
"Estamos com medo de novas recorrência de assalto, porque percebemos que mesmo indo para o restaurante universitário de carro não traz segurança e, que, independentemente de estar vindo caminhando ou de carro, continua esse sentimento de incerteza e de impotência", destaca.
"(Assalto) É algo recorrente e que não vemos medidas efetivas sendo tomadas para garantir nossa segurança. Às vezes, vemos alguns policiais, mas eles vão todos de uma vez almoçar no restaurante universitário, em vez de ficar algum fazendo a vigilância. A gente sente que está a mercê desses criminosos a qualquer momento", pontua a aluna, sobre a ação policial na área.
Estudantes planejam manifestação
Na noite dessa quarta-feira, 29, houve uma reunião entre participantes dos centros acadêmicos do campus, que abriga cursos da área de saúde, como Medicina, Farmácia, Fisioterapia e Odontologia.
Conforme Fernanda Alves, 22, aluna que fez parte do momento, na ocasião ficou decidido a realização de um formulário para colher relatos recentes dos assaltos e um ato programado para o dia 4 de fevereiro. Movimento deve ser uma caminhada até o RU, no percurso em que estão ocorrendo os assaltos.
"Após isso, vamos reelaborar ofícios para enviar para a prefeitura, reitoria e representantes governamentais", destaca a estudante de Medicina, pontuando ainda que o problema é antigo e em 2024 alunos fizeram a mesma denúncia, mas que neste ano as ocorrências estão mais recorrentes.
"Não é só na rua do RU (que ocorrem os assaltos), o campus todo está perigoso. Ontem também um aluno teve uma peça da moto roubada na rua de outro bloco de ensino", informou ainda a estudante.
Luiz Alberto, 21, membro do Centro Acadêmico de Medicina, lembra de assaltos acontecerem pelo menos desde 2022, ano em que passou a estudar no campus.
"O sentimento de insegurança é generalizado (...) Já cobramos todo tipo de melhoria, já oficiamos a prefeitura e a UFC em anos anteriores. Colocaram patrulhamento mas é ineficaz, pois os policiais ficam dentro do Restaurante Universitário almoçando enquanto os alunos estão se expondo no trajeto", pontua.
UFC pediu reforço no patrulhamento policial
Procurada pelo O POVO, a assessoria da UFC afirmou que "está ciente dos relatos sobre a ocorrência de assaltos" no campus e diz reconhecer "a gravidade da situação".
"A instituição entende a preocupação da comunidade acadêmica e, por se tratar de um problema de segurança pública, já que é um campus urbano com blocos distribuídos pelo bairro, já acionou o 18º BPM da Polícia Militar do Ceará, solicitando apoio e reforço no patrulhamento da área", garante.
"Embora a segurança institucional da UFC seja voltada principalmente à proteção patrimonial, a Universidade está comprometida em adotar medidas que contribuam para a segurança e o bem-estar da comunidade acadêmica", destaca ainda.
Em nota encaminhada ao O POVO, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que a Polícia Civil do Ceará (PCCE) investiga as circunstâncias dos roubos cometidos na área e diz que Boletins de Ocorrência (BO) foram registrados na Delegacia Eletrônica (Deletron)", onde foram "repassadas informações sobre os casos".
"A PCCE reforça a importância de outras informações serem repassadas presencialmente, na Delegacia do 10º Distrito Policial (10º DP), unidade que segue a cargo das diligências visando elucidar os casos, bem como identificar e capturar os suspeitos de envolvimento com os crimes", destaca.
Denúncias
A SSPDS reforça que a população pode contribuir com as investigações repassando informações, com sigilo e anonimato garantidos.
Disque-Denúncia: 181
WhatsApp da SSPDS: (85) 3101 0181
10º Distrito Policial (10º DP): (85) 3101-7510
E-Denúncias: disquedenuncia181.sspds.ce.gov.br
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