Professor de Física é aprovado em Medicina aos 41 anos: "Nunca deixei a idade ser um empecilho"

Aos 41 anos, Alexandre passou em Medicina na Universidade Federal do Ceará (UFC) com pontuação de 808.26. A nota de corte na UFC é de 804.14

Natural de Fortaleza, casado, pai de duas filhas e professor de Física há 21 anos, José Alexandre Montenegro Castelo, sempre manteve a vontade de cursar Medicina em uma universidade pública. Aos 41 anos de idade, o sonho se concretizou e agora ele será aluno do curso na Universidade Federal do Ceará (UFC).

Após fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por três anos, Alexandre conseguiu que sua nota final superasse a nota de corte da UFC, com 808.26 pontos. A nota de corte na UFC é de 804.14

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Alexandre sempre teve como inspiração o tio, Renan Montenegro, que é formado em Medicina e especializado em Endocrinologia. “Tive uma infância humilde, mas meu tio pôde pagar meus ensinos e eu pude estudar numa escola boa”, relata.

Já adulto, Alexandre trilhou outro caminho como professor de Física. Ele relata que, ainda no ensino médio, começou a gostar de Física e, por incentivo do irmão, que é professor de Matemática, decidiu entrar na faculdade.

“Tem também a questão financeira, que eu precisava trabalhar, né? E aí uniu o útil ao agradável. Ainda sou professor. Mas sempre com essa vontade de algum dia fazer Medicina”.

Ele conta que ao longo da vida de educador, ensinou muitos alunos que entraram no curso através do Enem.

“E aí chegou o momento e, em 2022, comecei efetivamente a fazer a prova”. Alexandre conta que na primeira tentativa obteve a nota de 750. No ano seguinte, sua média foi de 780. Em 2024, a aprovação veio e ele alcançou a máxima de 808.26 pontos.

Preparação para a prova do Enem

Após as tarefas em sala de aula, Alexandre também tinha como missão de cuidar das casas e das filhas, Ana Lis Montenegro, de 5 anos, e da mais velha, Marina Montenegro, de 12 anos.

“Eu estudava muito online e assinei algumas plataformas. [Eu] assistia muitas aulas, fazia muitas provas antigas”, conta. Alexandre diz que chegou a fazer todas as provas que já aconteceram no Enem durante esses os últimos anos.

Ele continua: “Eu me fazia acreditar porque eu precisava passar. Não tinha outra opção. Por exemplo, se eu não passasse esse ano, eu ia fazer de novo até passar”, afirma.

O educador conta que o feito “é a realização de um sonho”. "É uma coisa difícil de acontecer, ainda mais na minha idade. Mas eu nunca deixei a idade ser um empecilho”.

“Independentemente da idade, a pessoa tem que buscar aquilo que dá brilho nos olhos, que faz ela se sentir bem no dia-a-dia”.

Alexandre conta que também é preciso planejamento para uma grande mudança. “Não é da uma hora para outra que a gente consegue fazer uma mudança tão grande na nossa vida, né? No meu caso foram pelo menos três anos tentando e me programando na questão financeira”.

Ele explica que para cursar a faculdade, precisará diminuir a renda.

Como especialidade, pretende seguir a mesma do tio: Endocrinologia. “É uma especialização que eu gosto bastante. Envolve bastante áreas do corpo [humano]”, finaliza.

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