Defesa Civil do Ceará traça estratégias com municípios para quadra chuvosa 2025
Defesa Civil do Estado destaca estar à disposição dos órgãos municipais, que devem ter área de risco mapeada, com planos de evacuação e pontos de salvamento
O primeiro passo para lidar com situações de emergência em caso de enchentes é acionar a Defesa Civil do Município. O órgão, por sua vez, deve ter a área de risco mapeada, com planos de evacuação e pontos de salvamento delimitados.
A orientação é do tenente-coronel e coordenador da Defesa Civil do Estado, Holdayne Pereira, durante evento nesta segunda-feira, 27, que reuniu gestores para discutir a preparação do Ceará para a quadra chuvosa de 2025. Estavam no encontro, que aconteceu no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), representantes da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e da Coordenadoria de Gestão de Pessoas (Cogep).
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Holdayne destaca ainda que os municípios podem entrar em contato com a Defesa Civil do Estado por ligação telefônica ou WhatsApp e garante que há uma equipe à disposição 24 horas. "Caso haja necessidade de embarcação, mão de obra ou cesta básica para que o município atingido seja mantido em um suposto evento extremo", afirmou o tenente-coronel. Ele ressalta que o contato transcende a política, sendo feito de forma técnica, manejado independentemente de quem esteja à frente do cargo Executivo.
Segundo Holdayne, a condição das cidades nas chuvas intensas pode agravar sem a limpeza dos bueiros e dos canais, que costumam apresentar aumento do nível d’água durante a madrugada e manhã. “As chuvas, principalmente agora, são aquelas muito fortes, mas rápidas. Então, necessita da limpeza completa para que possa escoar e não atrapalhar a vida do cidadão”, orienta.
Para o capitão Ailton Lima, representante da região do Cariri, a relação com a Defesa Civil Estadual é comunicativa e boa. “Choveu bastante nos últimos dias, não só Juazeiro, mas Crato e todo o Cariri. Isso gerou um volume maior pluviométrico, mas dentro do esperado”, indica. Porém, avisa que alguns danos já foram sentidos, como o transbordamento na última semana do canal do Rio Granjeiro.
Ailton explica que os reservatórios podem apresentar risco para as pessoas que moram abaixo daquele curso. “É preciso alertar a população que mora ao redor e para o pessoal que cuida para não se expor a situações que possam levar perigo e até, em casos mais graves, à morte”, sublinha.
Ele explica que os moradores podem colaborar não alterando o curso natural das águas e deixando a vegetação próxima intacta. A ação, segundo Ailton, gera uma absorção maior da chuva.
De acordo com Francisco Vasconcelos Júnior, físico da Funceme que apresentou a projeção climática durante o encontro, a preocupação sobre fortes chuvas nos próximos dias segue sendo a região de Iabiapaba.
As três maiores precipitações deste ano foram nas cidades de Pacujá (230 mm), Cariré (217 mm) e Forquilha (203 mm), todas nessa macrorregião. A localidade já supera em 67% o acumulado previsto para todo o mês. Francisco destaca que, a partir de relatos de que reservatórios pequenos estão mais cheios, intensificou-se o monitoramento e a previsão específica para aquelas áreas.
Radar meteorológico
De acordo com Francisco Vasconcelos Júnior, foi instalado um radar meteorológico no Eusébio, a 23 km de Fortaleza, para modernizar os equipamentos que fazem levantamentos de dados hídricos. No momento, a nova máquina encontra-se na fase de testes por 60 dias para funcionamento diário.
Além do futuro modelo de previsão na Região Metropolitana da Capital (RMF), existem mais dois: em Quixeramobim e na Universidade Estadual do Ceará (Uece).
Para o tenente-coronel e coordenador da Defesa Civil do Estado, Holdayne Pereira, a escolha da localização do novo radar deve-se ao fato de que, principalmente na RMF, as nuvens vêm pelo leste. Desta forma, capturaria eventos de forma antecipada, sendo possível alertar a Defesa Civil do Estado e do Município.