Bloco Pra Quem Gosta é Bom anima foliões no Centro de Fortaleza

Praça dos Correios recebeu o palco carnavalesco, além de apresentação do reisado de Santa Luzia. Maioria dos foliões não tinha fantasia e preferiu adereços

Mesmo com chuva, foliões saíram de casa neste domingo, 26, para curtir a animação do aguardado bloco Pra Quem Gosta é Bom, que se apresentou na Praça dos Correios, no Centro de Fortaleza. Antes, houve apresentação do reisado de Santa Luzia, uma amostra da cultura popular.

O evento começou por volta de 12 horas. No “esquenta”, alguns cidadãos aguardavam a chuva passar sob os tetos das lojas. Junto do namorado, Paulo César, de 35 anos, disse que, com chuva ou não, “com certeza” chegaria mais perto do palco. “É só começar a beber, esquentar ‘os couro’ e ir para lá”.

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A visão é compartilhada por Davi Medeiros, 25, que estava com a noiva, com quem mora no bairro Jacarecanga. “Acho que a chuva só anima mais o negócio, mas é melhor quando você está melado. A gente se animou ali na coberta, depois veio para cá”, contou ele.

É a segunda vez do casal curtindo o bloco, e o primeiro rolê carnavalesco dos dois neste ano. “A gente já estava muito animado antes do dia. Estava se preparando, então a chuva não desanimou nem um pingo”, explicou Davi, que, assim como a noiva, é natural de Taíba, distrito de São Gonçalo do Amarante, município na Região Metropolitana de Fortaleza.

Rose Freitas, 53, chegou cedo e já estava dançando quando a chuva estava forte e o público, reduzido. Ela contou ter marcado com amigos que, até então, não haviam chegado ainda. “Bora, meu povo, viver!”

“A questão não é só Carnaval”, opinou ela, “é viver. Quem é escala seis por um, tem que viver, é (programação) de graça, na praça. Vamos viver”.

Usando uma tiara de folhas, Rose se autointitulou “rainha” do Carnaval. “Desde que nasci, minha alma é de Carnaval. Vou fazer um vídeo igual à Mariah Carey (no Natal), saindo do gelo, descongelando para o Carnaval”.

Boa parte do público na Praça dos Correios utilizava tiaras e maquiagem brilhante, enquanto o número de fantasias era pequeno. Carlito Alves, 32, trajava uma regata vermelha e um chapéu em referência ao personagem Mario.

O fortalezense enfatizou preferir o período pré-Carnaval. “Todo ano estou mais nos ‘prés’. Carnaval geralmente viajo, mas ‘prés’ sempre tô aqui. A gente monta um adereçozinho, é uma vibe agradável, pacífica, de bem com a vida”.

Carlito conheceu o Pra Quem Gosta é Bom há dois anos, durante uma apresentação do bloco no Theatro José de Alencar (TJA). “Estou adorando hoje, curtindo muito essa energia”, relatou ele.

Lorena Lima, 41, também não é estreante no bloco. Ao lado da namorada e um amiga, ela disse aguardar “por meses” uma apresentação. “Todos os anos a gente está. Se organiza, traz bebida, prepara a roupinha”.

Ela comentou que o trio não tem o costume de se fantasiar. “Venho até montada com glitter, mas venho confortável, preparada para a chuva, né? Eu respeito quem se entrega nas fantasias, mas eu não consigo”.

Perguntada sobre o reisado de Santa Luzia, Lorena elogiou: “Eles são maravilhosos, nós temos o costume de assistir na Quarta D’Yansã. É muito bom, é a raiz cultural da gente. Carnaval não é só quebradeira, rolê… tem essa parte cultural muito forte, isso é valorizar”, enfatizou ela.

Descentralização do Carnaval

O público deste domingo no Pra Quem Gosta é Bom louvou a descentralização da programação de Carnaval em Fortaleza, principalmente porque facilita o acesso de mais pessoas. “Assim, não fica só para quem tem coragem de arrodear a cidade e conseguir ir para a festa”, opinou Paulo César.

“Certo lugar consegue curtir um Carnaval bom onde eles moram. Isso é ótimo”, acrescentou Davi Medeiros. “Dá para você conhecer outros lugares. Aqui (Praça dos Correios), por exemplo, a gente (ele e a noiva) não conhecia. Conhecemos através dos rolês de Carnaval”, relatou.

Na percepção de Carlito Alves, a disponibilidade de festas espalhadas pela Cidade é “interessante, porque Fortaleza não tinha histórico de muitas festividades na data do Carnaval mesmo”.

“É uma alternativa para quem não viaja. Traz para a população da Cidade uma chance de confraternizar, se divertir, com atrações maiores. Só que eu acho que o mais necessário é que esses momentos deem visibilidade para os artistas locais. É uma solicitação, para que a Prefeitura invista mais neles”.

Rose Freitas concordou: “A periferia quer festa também. E que a gente saia dos cantores da mídia, que a gente busque os artistas locais, tem gente boa na periferia. Que está dando duro nos ‘barzinhos’, alegrando a galera. Podiam ser chamados para esses palcos. Dá para mesclar”.

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