Obra na Lagoa da Maraponga deve ser retomada até fevereiro
A obra deve ser realizada pela mesma empresa contratada no início do projeto, que teve o contrato rescindido há dois anos por conta de atrasos nos prazos
As obras de requalificação da Lagoa da Maraponga, em Fortaleza, deverão ser retomadas até fevereiro. A afirmação é do titular da Secretaria Regional 10, Márcio Martins (União Brasil), que participou de uma visita técnica, realizada na manhã desta terça-feira, 21, junto a demais representantes da Prefeitura de Fortaleza e da Superintendência de Obras Públicas (SOP), do Governo do Estado do Ceará.
“Não estava existindo alinhamento entre o Município e o Estado. Não há condições do Estado tocar uma obra desse mote se ele não tiver um alinhamento com os demais órgãos da Prefeitura. Hoje, nesta reunião, tem oito secretarias envolvidas: duas secretarias do estado e seis secretarias do município. Para fazer o quê? Justamente esse alinhamento”, destaca Martins.
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De acordo com o diretor de Fiscalização de Obras e Gestão Regional da SOP, Caio Timbó, a expectativa é de que até o fim da próxima semana o cronograma de início e conclusão da obra seja concluído. “Nosso objetivo é retomar a obra, executar todo o projeto em parceria com a Prefeitura de Fortaleza conforme o previsto, e entregá-la à população o mais breve possível”, ressaltou.
A visita técnica ao local foi definida após uma reunião ocorrida nessa segunda-feira, 20. O objetivo, segundo o secretário, é “observar o impacto do que teve no início da obra; e o que nós já perdemos”.
Sobre o novo projeto, Márcio Martins afirma que estão previstas algumas mudanças. “Existem realidades aqui hoje que não existiam lá no começo da obra”, afirma. Uma das novidades apontadas pelo secretário é o polo gastronômico que foi criado pela comunidade, espaço que, originalmente, servia como estacionamento para os visitantes da praça.
“Foi criado um espaço gastronômico de forma orgânica e que ele hoje é uma realidade que nós não podemos desprezar, então a gente precisa adequar. (...) Então, a gente precisa dos dois: precisamos do estacionamento, porque a população precisa vir para cá; e precisamos desse espaço gastronômico”, ressalta.
Obras na Lagoa da Maraponga: intervenções serão realizadas pela mesma empresa do início das obras
De acordo com o secretário Márcio Martins, o projeto será tocado pela mesma construtora responsável pelo início da obra, em 2021. O contrato com a empresa, inicialmente orçado em R$ 3 milhões, tinha sido rescindido em novembro de 2022, resultando na paralisação das atividades.
À época, a antiga gestão da Prefeitura afirmou, em nota ao O POVO, que a revitalização do espaço teria sido interrompida porque “a empresa responsável pela obra teve seu contrato rescindido após descumprimento de prazos e cláusulas contratuais”.
Questionado sobre a escolha da mesma construtora para a retomada das obras, o secretário regional defendeu que a decisão evita que seja instaurado um novo processo licitatório, o que atrasaria mais a retomada da obra. Ainda de acordo com ele, os argumentos apresentados pela empresa indicavam entraves com a antiga gestão da Prefeitura, para além da questão orçamentária.
“É a mesma empresa, o contrato é o do início da obra. E agora, através do diálogo, através de um suporte, de um apoio que a empresa alegava que não tinha; em alguns momentos se dizia perseguida pela gestão à época, por isso que não conseguia tocar [a obra]; mas a gente quer virar essa página. A gente quer olhar para frente. Todos os dissabores que existiram lá atrás entre as gestões, a gente quer virar essa página”, pontua.
Inicialmente, as intervenções deveriam englobar 11 dos 31 hectares da Unidade de Conservação, delimitados pela avenida Godofredo Maciel, rua Suíça e o Condomínio Residencial Parque Maraponga. Contudo, o secretário explica que o projeto deve passar por mudanças, por isso ainda não é possível informar o novo orçamento previsto.
Obras na Lagoa da Maraponga: insegurança é a principal queixa relatada para o atraso nas obras
Durante a visita, Márcio Martins lamentou os furtos ocorridos durante o início das obras, que começaram em 2021. “Aqui é uma pena que, de tudo que foi feito, parte disso tenha ido embora. Infelizmente, foi furtado nesse tempo. Hoje, oficialmente, a gente tá dando o pontapé inicial: prego batido, ponta virada; que nem diz o matuto. A obra vai voltar”, garante.
As queixas sobre a insegurança também são levantadas pela população que frequenta o local. O aposentado José Maria, 67, espera que o retorno das obras seja acompanhado de um reforço na fiscalização. “Esse serviço aqui, eu assisti a algumas coisas. Eu acredito que seja bom [o retorno das obras], mas que tenha fiscalização para que ninguém invada, porque fazem as coisas aí quebram tudinho. É tudo quebrado. Não adianta fazer muita coisa, tudo sujo”, aponta.
Também frequentador da praça, o aposentado Edvaldo de Almeida, 69, destaca a importância da segurança para garantir a continuidade das obras. “É o seguinte: aqui era para ter um vigia, um monte de coisa; porque fizeram essa obra aí e levaram tudo. Então, é isso, se vai recomeçar tem que ter uma pessoa para vigiar e para ver como que tá obra, porque do jeito que tá aí não dá certo”, afirma.