Volta às aulas em Fortaleza: Pais reclamam de trânsito caótico em torno de escolas particulares

Início do ano letivo em Fortaleza causa trânsito lento em torno das escolas. Motoristas apontam alta concentração de veículos e estacionamento irregular como principais causas

Embora algumas escolas de Fortaleza tenham iniciado as aulas na semana passada, a maioria deu início ao ano letivo de 2025, nesta segunda-feira, 20. Nesse período, um cenário familiar se repete: congestionamentos intensos nos arredores das instituições.

De acordo com motoristas, a lentidão é causada principalmente pela alta concentração de veículos, agravada por condutores que estacionam em locais irregulares, dificultando ainda mais o fluxo do trânsito.

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O POVO esteve presente em uma das instituições que retomaram as aulas nesta segunda-feira, 20: o Colégio 21 Educar, localizado no bairro Prefeito José Walter. No início da tarde, foi registrado um intenso fluxo de veículos no local, principalmente de pais acompanhando crianças pequenas até a porta da escola.

Uma das mães que estava no local foi Yara Malveira. Ela é mães dos alunos Matheus, de 15 anos, e Arthur, de 5 anos, que estudam no período da manhã. A mãe explica que o mais novo é liberado mais cedo, por volta das 10h, enquanto o mais velho apenas por volta do meio-dia. Ela aproveita a segunda viagem para também deixar o sobrinho, Bernardo, na escola.

“Tem dias que eu venho aqui seis vezes por dia: deixo, pego, deixo, pego. É um caos sempre, mas principalmente na primeira semana”, conta.

Ela explica que muitos responsáveis cometem infrações, como estacionar no meio da rua para deixar o filho na porta da escola .”Isso acaba prejudicando outros pais e mães, especialmente nos dias de chuva. Hoje, felizmente, não está chovendo, mas quando chove, a situação fica bem pior”, relata.

Segundo a Autarquia Municipal de Trânsito (AMC), o tráfego em Fortaleza aumenta cerca de 20% em relação ao período de férias.

Márcia Rodrigues, de 36 anos, é mãe de Maria Eduarda, de 4 anos. Ela explica que, apesar de morar perto da escola, também no bairro José Walter, o trajeto demorou um pouco mais por causa do trânsito intenso nas vias ao redor da instituição.

“Não tinha onde parar. Tive que estacionar longe e vir andando. Acho que é porque é o primeiro dia. Mas, às vezes, até em dias normais, dependendo do horário em que chegamos, não tem onde estacionar por aqui”, aponta.

Ela menciona que sente o movimento mais intenso no trânsito também em outras regiões da cidade. “Eu tenho uma loja na Parangaba. Eu não tenho um horário fixo, então não preciso estar lá no horário de abertura ou fechamento. Por isso, fica mais tranquilo para mim. Mas esse movimento maior já é possível notar no trajeto”, detalha.

Etufor fiscaliza transportes escolares irregulares

Em decorrência do início do período letivo, a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) realiza até a próxima quinta-feira, 23, a operação "Transporte Escolar Seguro", que tem como objetivo conscientizar condutores e proprietários de transportes escolares sobre a importância de oferecer um serviço de qualidade, além de combater o transporte irregular realizado por veículos não credenciados.

As blitze são realizadas com três viaturas em cada escola, sendo cada uma composta por três agentes da Etufor. A Empresa planeja realizar as ações em oito escolas até esta quinta-feira, 23, todas em instituições de ensino particulares.

Vinicius Santos, supervisor de operações da Etufor, comenta os principais pontes analisados durante a abordagem: “Estamos conferindo todos os itens de segurança, como documentos obrigatórios e pneus. Alguns pais podem ficar assustados quando começam a enviar os filhos por esses transportes, explicamos que fazemos essas abordagens por questão de segurança dos veículos e dos filhos”, aponta.

A fiscalização verifica os itens obrigatórios dos veículos, como cintos de segurança, tacógrafo, trava nas portas, sinalização luminosa e faixa amarela com a inscrição "ESCOLAR" nas laterais e traseira.

Apesar disso, proprietários de veículos de transportes (vans) apontaram que, ao longo do ano, é comum o tráfego de veículos irregulares no transporte de alunos.

“Algumas transportam as crianças praticamente no porta-malas. Enquanto os veículos regulares podem levar até 15 alunos. É complicado porque nós gastamos muito para manter um carro regularizado, com toda a segurança. E aí somos prejudicados por esses carros piratas que não seguem as regras”, explica Milena Mendonça, 40, auxiliar de transporte escolar da van “Tio Anderson e Tia Mimi”.

Segundo proprietários de transportes, carros irregulares chegam a cobrar em torno de R$ 100 a R$ 200, quando o mais comum é por volta de R$ 300.

A Etufor orienta que pais e responsáveis verifiquem se o condutor e o veículo estão credenciados. É possível checar o número da autorização na lateral do veículo e o selo de vistoria no para-brisa dianteiro para confirmar a regularidade. Para consultar a autorização da empresa ou fornecedor de transporte escolar, o usuário pode acessar o Catálogo de Serviços do Portal da Prefeitura.

Também é possível denunciar casos de transporte escolar irregular ligando para a Central 156. “As pessoas podem registrar as denúncias com fotos ou anotando a placa do veículo. Confirmada a irregularidade, fazemos a abordagem e apreensão do veículo”, explica Vinicius Santos.

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