Entidades denunciam PMs por matarem pitbull a tiros dentro de residência em Fortaleza

As entidades de proteção animal Apa Fortaleza e a Sociedade Protetora Ambiental no Ceará (SPA/CE) denunciaram que policiais militares teriam matado a tiros um cão da raça pitbull em Fortaleza. O caso teria acontecido na última terça-feira, 14, após os agentes entrarem sem permissão em uma residência onde o cão vivia com os tutores no bairro Parreão.

Conforme a denúncia, que também foi apresentada em publicação nas redes sociais, os agentes do 6º Batalhão da PM teriam atirado quatro vezes contra o cachorro que veio a óbito no local. Na publicação, integrantes da SPA mostram as cápsulas de bala no local e que os agentes teriam ameaçado os tutores caso a situação fosse exposta.

No vídeo, a tutora do cão conta que os policiais invadiram o local armados. “Quando ele viu que meu cachorro era pitbull ele não quis nem saber e começou a atirar. Meu cachorro morreu na entrada de casa. Eles foram embora, não acharam nada. Queremos justiça, eles entraram sem mandato, abusaram de poder e totalmente despreparado”, relata.

De acordo com o presidente da SPA/CE, Márcio Sousa, a entidade foi acionada no último sábado, 18, quatro dias depois do caso. O representante disse que os tutores tiveram receio de expor o caso diante das ameaças feitas pelos agentes. Ao chegar na residência, Márcio coletou algumas cápsulas de bala para reunir como prova do caso e encaminhar a denúncia.

“Disseram que, se ele fosse procurar alguma instituição de proteção dos animais, eles iam acabar com a família e eles ficaram com medo. E por isso que o procedimento só veio a ocorrer depois. O pitbull era dócil, era um animal manso. Só porque eles viram que era um pitbull dispararam quatro vezes contra o cachorro”, conta.

Segundo a fundadora e representante da APA, Stefanie Rodrigues, os policiais agiram de maneira "irresponsável, atirando no animal apenas por ele ser um Pitbull". “O pobre cachorro levou quatro tiros no peito, sem mostrar qualquer tipo de agressão, pois era um animal dócil, que vivia livremente em casa, inclusive com crianças. Estamos tomando as medidas cabíveis e exigimos justiça”, declara.

A denúncia contra a ação dos agentes foi apresentada na manhã desta segunda-feira, 20, à Controladoria Geral do Estado e à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) para abrir uma investigação sobre o caso.

O POVO procurou a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) para saber se detalhes do caso. Em nota, o órgão informou apenas que “investiga a ocorrência no âmbito administrativo”.

O POVO tento contato com os tutores do cachorro, mas até o fechamento desta matéria, não obteve retorno.