Lagoa da Maraponga: após anos de obra parada, Estado fará parceria com Prefeitura para retomada

Desde a paralisação da obra, o local tem cenário de abandono, com acúmulo de lixo e estruturas de concreto quebradas. Apesar disso, população continua ocupando a área verde para lazer

A obra do Parque Ecológico da Lagoa da Maraponga deve ser retomada após dois anos de suspensão. Conforme a Superintendência de Obras Públicas (SOP), uma parceria entre Governo do Estado e Prefeitura de Fortaleza será firmada para finalizar as intervenções. Ainda não há data para o recomeço das construções.

O contrato com a construtora responsável pelo início da obra, em 2021, foi rescindido em novembro de 2022. As intervenções deveriam englobar 11 dos 31 hectares da Unidade de Conservação, delimitados pela avenida Godofredo Maciel, rua Suíça e o Condomínio Residencial Parque Maraponga, com investimento de R$ 3 milhões.

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Desde a paralisação, a intervenção está inacabada, com gradis e colunas de concreto do entorno da lagoa derrubados e estruturas quebradas.

Além disso, é visível a falta de ações de limpeza no local, com o acúmulo de lixo na água da lagoa e dentro do parque. Mesmo assim, o espaço é utilizado pela população para esportes, lazer e empreendimentos.

Uma reunião nesta segunda-feira, 20, entre representantes da SOP e da Prefeitura deve ocorrer para discutir os trâmites necessários para a retomada.

Lagoa da Maraponga: motivos da paralisação da obra

Em fevereiro de 2024, a SOP afirmou ao O POVO, por meio de nota, que a revitalização do espaço foi interrompida porque “a empresa responsável pela obra teve seu contrato rescindido após descumprimento de prazos e cláusulas contratuais”.

Em documentos anexados a um processo do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) que buscava investigar uma denúncia de irregularidades na obra, a construtora responsável argumentou que roubos e furtos de material teriam sido um dos fatores que impossibilitaram a continuação das atividades contratadas.

Os roubos ocorreram durante o contrato e depois dele. Conforme os registros acessados pela reportagem, foram saqueados grades, portas, bancadas de granito, partes de estruturas de madeira e até mesmo a grama sintética que deveria ser instalada em um campinho de futebol.

O metalúrgico Expedito Cunha de Sousa, 57, que costuma frequentar o parque, lamenta o cenário de abandono e os saques.

“A urbanização que foi feita lá, levaram tudo. Tinha quadra, grama sintética, arrombaram os quiosques. Tinha uma casa para guardar as bolas, arrombaram. Quebraram todo o alambrado”, conta.

Lagoa da Maraponga: mesmo com serviços inacabados, população ocupa parque

Desde o começo de 2024, um parque gastronômico se formou em um dos espaços do Parque Ecológico. O local conta com contêineres de serviços de alimentação que funcionam de segunda a domingo, a partir das 16 horas.

“Aqui tá tendo um movimento legal à noite. Fui o primeiro a colocar [o contêiner] e achava que ia ficar só, dois meses depois chegaram os outros permissionários”, conta Alexandre Aguiar, 52, comerciante do local.

Ele conta que os próprios permissionários arrecadaram fundos para organizar um espaço para o estacionamento dos carros dos clientes em uma das áreas inacabadas da obra. Também foram eles que pediram ajuda à Regional 10 para instalar refletores e melhorar a iluminação do parque.

“Se fosse bem iluminado, você dava segurança, que é o que falta aqui”, opina o permissionário. Ele também lamenta os furtos de equipamentos do parque.

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