Volta às Aulas: Trânsito aumenta 20% em Fortaleza e exige maior responsabilidade e organização

Pais e responsáveis devem sair mais cedo para evitar atrasos e respeitar a legislação do trânsito. Transporte escolar também é uma alternativa

19:08 | Jan. 17, 2025

Por: Lara Vieira
Renata Meireles busca os filhos na escola e diz que família adota estratégias para otimizar o tempo no trânsito (foto: Arquivo Pessoal/Reprodução)

Com o início do ano letivo em muitas escolas, o trânsito em Fortaleza tende a ficar com fluxo mais intenso nos horários de pico. De acordo com a Autarquia Municipal de Trânsito (AMC), o tráfego aumenta cerca de 20% em relação ao período de férias. Isso exige maior planejamento, além de mais paciência e prudência dos condutores e pedestres.

Para Edivania Cavalcante, mãe de Samuel, de 7 anos, o retorno do período letivo também inclui o deslocamento diário entre bairros. “Moramos no Papicu, e a escola fica na Cidade dos Funcionários. Até gostaríamos que houvesse transporte escolar na nossa rota, mas não tem”.

Edivania destaca o impacto do trânsito na rotina familiar. “Precisamos sair de casa bem mais cedo. Há muito trânsito, e para acessar a escola só temos as vias principais, o que torna o trajeto ainda mais demorado.”

Já Rebeca Meireles, mãe de três filhos, conta que o primeiro dia de aula deles após as férias foi nessa quinta-feira, 16. Lucas e Gabriel, de 11 e cinco anos, respectivamente, estudam de manhã, e João Pedro, 15, à tarde, em outra sede da mesma escola. A família segue uma rotina organizada para evitar atrasos, tudo sendo preparado na noite anterior para garantir pontualidade.

A escolha das rotas de trânsito também é estratégica. “Meu marido conhece melhor a cidade, então pega os caminhos menos congestionados”, conta.

A família enfrentou as já conhecidas dificuldades para estacionar próximo à escola, tendo que estacionar em uma outra rua nas proximidades e seguiram para a escola a pé. “Por mais cedo que a gente chegue, é difícil encontrar vaga”.

Conforme André Luís Barcelos, gerente de educação para o trânsito da AMC, o aumento do fluxo de veículos nessa época é inevitável, mas a educação pode minimizar os impactos. “Pedimos que os pais saiam mais cedo de casa e respeitem a sinalização”, explica.

Em áreas escolares, a segurança das crianças é uma prioridade. Por isso, é imprescindível a redução de velocidade nesses locais. “As crianças têm uma estatura menor, o que dificulta a visibilidade dos motoristas, além de terem dificuldade em avaliar a distância e a velocidade dos veículos”, diz o especialista.

Estacionar em fila dupla, sobre faixas de pedestres, em locais proibidos ou esquinas são comuns nas proximidades de escolas e consideradas infrações pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Para os pais, a utilização de dispositivos de segurança é outro ponto fundamental:

  • Até 1 ano (ou até 13 kg): bebê conforto voltado para trás.
  • De 1 a 4 anos (9 a 18 kg): cadeirinha.
  • Até 7 anos (ou menores de 1,44 m): assento de elevação.
  • Acima de 10 anos (ou maior de 1,44 m): cinto de segurança

Fonte: Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

No caso de motocicletas, crianças menores de 10 anos não podem ser transportadas. Já para bicicletas, embora não haja uma regulamentação nacional específica, é recomendado o uso de capacete e cadeirinhas apropriadas.

Transporte escolar

Rebeca Meireles conta que adota outra estratégia para o filho mais velho, aprovado em uma turma preparatória para o ITA, em outra sede da instituição. “Eu o deixo  na sede da Cidade dos Funcionários, quando busco os mais novos. De lá, ele pega a van da escola que faz o trajeto entre as sedes. Isso facilita, já que atravessar a cidade seria inviável”, explica.

Em Fortaleza, os pais também podem contratar serviços particulares de transporte escolar. Atualmente, a cidade conta com 801 vans cadastradas pela Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor). Para garantir a segurança no serviço, a Etufor realiza anualmente a Blitz "Transporte Escolar Seguro", que ocorrerá a partir de segunda-feira, 20.

“Realizamos blitze em pontos estratégicos com alto fluxo de veículos para garantir o embarque e desembarque seguro dos alunos. Isso também assegura que os estudantes sejam deixados nos locais designados pela escola”, explica Márcio Carneiro, coordenador de fiscalização da Etufor.

Segundo a Empresa, os motoristas e auxiliares que atuam em transporte escolar devem ter curso de direção defensiva, certificados atualizados e manter a CNH e documentos do veículo em dia. Os pais, contudo, podem se atentar aos seguintes critérios:

  • Identificação visual: Inscrição “Transporte Escolar” nas laterais, numeração de autorização visível e brasão da Prefeitura de Fortaleza.
  • Itens de segurança: Cintos de segurança em todos os assentos, extintores de incêndio e iluminação adequada.
  • Visibilidade traseira: Presença de câmeras de ré ou espelhos para evitar acidentes durante manobras.

Fonte: Márcio Carneiro, coordenador de fiscalização da Etufor.

A contratação de transporte escolar deve ser feita diretamente com os transportadores. É possível entrar em contato com prestadores do serviço pelo site do Sindicato do Transporte Escolar do Ceará.