Operação Inverno: Prefeitura capacita agentes que irão atuar no combate às arboviroses
Os participantes serão divididos em grupos de 200 pessoas por turno até o final do mês; a expectativa é de que 750 mil imóveis sejam visitados pelos agentes durante a operação
19:29 | Jan. 17, 2025
A secretária municipal da Saúde de Fortaleza, Socorro Martins, anunciou a realização de uma capacitação voltada aos profissionais que irão atuar no combate às arboviroses na Capital durante o período chuvoso. O treinamento, iniciado nessa quinta-feira, 16, é uma das ações previstas na “Operação Inverno”, realizada pela Prefeitura de Fortaleza.
A capacitação vai funcionar como um momento de integração e treinamento para os agentes de endemias, visando também a atualização sobre o combate às arboviroses, principalmente a dengue.
O treinamento aborda a importância da biossegurança e a utilização de novas tecnologias como o Aero System, além de atualizar os agentes sobre as adequações quanto ao uso de larvicidas.
De acordo com o último Boletim Epidemiológico de Arboviroses Urbanas, divulgado pela Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) em setembro de 2024, Fortaleza confirmou casos de dengue (2.217) e Chikungunya (68). Além disso, dois casos de Zika foram notificados em gestantes até o dia 7 de setembro de 2024.
Outros 254 casos de Febre do Oropouche foram confirmados na Capital, conforme dados divulgados no Boletim Epidemiológico da Sesa no último dia 20 de dezembro.
O coordenador da Vigilância em Saúde, Josete Malheiro, detalhou que a formação contempla ainda profissionais que participam da segunda turma do curso “Saúde com a Gente”, do Ministério da Saúde. Em Fortaleza, 429 agentes de combate às endemias (ACE) e 712 agentes comunitários de saúde (ACS) estão matriculados.
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Como parte da “Operação Inverno”, o coordenador explica que foi feito um recorte com grupos de 200 agentes por turno para o compartilhamento das atividades, indicadores e alinhamento de ações até o final do mês de janeiro. A expectativa é que essas ações sejam também uma oportunidade de apresentar e direcionar as prioridades da nova gestão.
“O prefeito tem sinalizado uma agenda muito intensa de visita aos bairros; de priorizar os alertas relacionados à Defesa Civil para prevenir problemas de alagamentos agora com a chuva; limpeza de canais. E a gente quer se somar, portanto, a esse sentimento de atuar e fazer uma força tarefa conjunta”, destaca.
De acordo com o coordenador, as atualizações dos larvicidas preconizadas pelo Ministério da Saúde será um dos principais pontos abordados durante a capacitação. Previstas a cada cinco anos, segundo o gestor, as alterações precisam ser repassadas aos profissionais que atuam na área.
“Com o avançar do tempo, o Ministério sempre procura minimizar os efeitos citotóxicos. Então, os produtos que a gente têm utilizados agora são mais tranquilos do ponto de vista ambiental, porque são biodegradáveis e têm um efeito um pouco menos nocivo à saúde humana e ao próprio meio ambiente”, ressalta.
Uma das adequações previstas, segundo o coordenador, é o fim da manipulação manual do químico. “Isso, obviamente, minimiza o risco de exposição, de contaminação e por aí vai. Aí, claro, a gente tem que ter toda uma rotina de biossegurança, de orientação, para que o protocolo seja seguido”, pontua.
Vigilância da Saúde indica quais serão as estratégias de combate às arboviroses adotadas pela Prefeitura
As arboviroses são um grupo de doenças virais transmitidas principalmente por artrópodes, como mosquitos e carrapatos, conforme classificação do Ministério da Saúde.
Os principais vetores dessas doenças são os mosquitos, em particular, os gêneros Aedes, que participam do ciclo de doenças como dengue, chikungunya e o Zika vírus.
Entre as estratégias de combate adotadas pela Prefeitura de Fortaleza em combate a essas doenças, Josete Malheiro destaca a importância do Levantamento do Índice Rápido Amostral (Lira), que deve ser apresentado até a sexta-feira, 24.
O estudo tem como objetivo identificar as áreas com maior incidência de mosquitos. De acordo com o coordenador, até agora, os bairros de Novo Modunbim e Olavo Oliveira foram catalogados como os mais vulneráveis.
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Outra estratégia anunciada pelo coordenador é o tratamento de bloqueio químico, que deve ser feito após o mapeamento dos bairros.
Nessa etapa, os agentes realizam a aplicação de inseticidas em áreas com alta infestação para controlar a reprodução dos mosquitos já em fase adulta, especialmente em pontos de acúmulos de água como em caixas d’água, piscinas e aquários.
A pesquisa é também uma parte fundamental do trabalho de controle e combate às arboviroses. Josete Malheiros destaca que o agentes também fazem a utilização de armadilhas (Ovitrampas) para capturar os transmissores e identificar os tipos de mosquitos que estão circulando na região.