Defesa de suspeito de tentar matar PM na Vila Peri nega envolvimento dele no caso

Em nota, advogados afirmaram que Tiago Pereira da Costa estava em um outro local no momento do crime. Eles também denunciaram que Tiago foi torturado por PMs

22:51 | Jan. 17, 2025

Por: Lucas Barbosa
As imagens mostram que, às 5h14min, a PM estava em uma via pública, esperando um carro por aplicativo, quando é abordada por um homem em uma moto (foto: Reprodução)

A defesa do homem preso suspeito de tentar matar uma policial militar no bairro Vila Peri, em Fortaleza, no último domingo, 12, nega que ele tenha envolvimento com o crime. Em nota enviada a O POVO, os advogados Dayvid Martins Correia e Catharine de Marilac afirmam que Tiago Pereira da Costa, de 22 anos, se encontrava em um outro local no momento do crime.

Tiago foi autuado em flagrante por tentativa de latrocínio e por porte ilegal de arma de fogo. Conforme decisão de audiência de custódia, após o crime, policiais receberam a informação de que o autor dos disparos contra a PM era um homem conhecido como “Pampan”, morador da comunidade Vertical, no bairro Parque São José.

Esse homem foi identificado como sendo Tiago. Com ele, os PMs encontraram uma pistola calibre .40, com o número de série suprimido, dois carregadores de pistola e onze munições calibre .40. Para os advogados, houve um "um grave ruído por parte dos policiais militares”, o “que será devidamente comprovado durante a instrução processual”.

A defesa de Tiago ainda afirma que ele foi “algemado e brutalmente torturado durante vários minutos dentro de uma casa, e posteriormente levado para um matagal para continuar os atos de perversidade”.

Conforme a decisão da audiência de custódia, exame pericial apontou apenas uma “escoriação em dorso de pé direito”, o que, de acordo com o documento, pode ter sido causado pelo fato do atirador ter caído da motocicleta enquanto trocava tiros com a PM.

Ainda assim, a juíza Adriana da Cruz Dantas determinou que o relato de maus tratos fosse encaminhado a órgãos como a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) e a Coordenadoria de Polícia Judiciária Militar da Polícia Militar.

“A defesa informa que o assistido tem colaborado com a apuração da verdade, já solicitando as diligências necessárias à elucidação dos fatos e consequente busca pela justiça”, conclui a nota dos advogados Dayvid Martins Correia e Catharine de Marilac.

Tiago teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia. Na decisão, a magistrada destacou que “a tentativa de latrocínio figura entre os crimes que admitem a decretação da prisão preventiva” e que o suspeito recorria em liberdade a uma condenação provisória por tráfico de drogas.

Relembre o caso

O tiroteio ocorreu por volta das 04h42min na Rua Gerôncio Mendonça. A PM aguardava uma corrida de aplicativo quando foi abordada por um homem em uma moto. Ela reage e dispara contra ele, que também atira. Ninguém ficou ferido, porém.

Durante a troca de tiros, o criminoso ainda ameaçou a PM. “Vai morrer, rapariga”, disse ele, conforme consta na decisão da audiência de custódia. Câmeras de vigilância flagraram o crime. Confira o vídeo: