Carro usado em execução de subtenente da PM é apreendido; investigação aponta cinco suspeitos

Um dos suspeitos do crime foi preso e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva durante audiência de custódia

13:35 | Jan. 17, 2025

Por: Jéssika Sisnando
Carro apreendido usado na ação criminosa contra o subtenente Ricardo (foto: leitor via WhatsApp )

O carro utilizado na execução do policial militar Ricardo Silveira Neto, na última quarta-feira, 15, no Pirambu, em Fortaleza, foi apreendido. Um suspeito foi preso em flagrante e as investigações apontam a participação de pelo menos mais quatro criminosos na morte do agente de segurança.

A informação foi apurada pelo O POVO com uma fonte da cúpula da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). 

O automóvel HB20 de cor branca é clonado e foi apreendido no bairro Carlito Pamplona. O veículo foi roubado no dia 2 de janeiro. A apreensão foi realizada pelo Comando Tático Motorizado (Cotam), por volta das 10h30min dessa quinta-feira, 16. O veículo foi encaminhado à 11ª delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga crimes contra agentes de segurança. 

De acordo com a fonte, o subtenente era lotado no Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur) e morador do Grande Pirambu. Ele estava a caminho do trabalho quando foi atacado a tiros por criminosos. Depois de morto, o agente de segurança teve uma faca cravada no pescoço.  

O horário de trabalho que ele entrava, naquele dia, era por volta das 4 da madrugada, para uma serviço de Indenização de Reforço Operacional (Irso). Conforme apuração do O POVO, a investigação aponta que, possivelmente, o agente de segurança era monitorado pelos criminosos. Ricardo conduzia a motocicleta que usava para o trajeto e estava fardado. Devido as chuvas, ele usava uma capa por cima do uniforme e sacolas de plástico nos coturnos. 

O militar foi velado em uma funerária localizada na avenida Francisco Sá e sepultado nessa quinta-feira, 16. Estiveram presentes no funeral agentes de segurança e amigos do subtenente, todos consternados com a perda repentina e violenta. 

A crueldade do crime chamou atenção das autoridades policiais. Os dentes do policial ficaram na via após retirado o corpo. Uma das linhas de investigação é de que Ricardo foi "decretado" pela facção criminosa Comando Vermelho (CV), por ser morador do Pirambu e um possível informante.

De acordo com a fonte ligada à SSPDS, a lógica dos criminosos seria de que, por ser residente da área, ele teria informações privilegiadas sobre as autorias dos crimes e teria repassado informações à Polícia, que ajudavam na elucidação de crimes na área.

Um desses crimes seria a morte de um motorista de aplicativo, no dia 31 de dezembro de 2024.  No entanto, a fonte ressaltou que essa não é a única linha de investigação do caso. 

De acordo com a apuração do O POVO, o motorista de aplicativo morto no Pirambu seria familiar de um policial militar chamado Igo Jefferson Silva de Sousa. A motivação para a execução do motorista de aplicativo seria, justamente, o parentesco com Igor. 

Igor Jeferson é acusado, pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), dos crimes de integrar organização criminosa formada por agentes de segurança.  Além disso, pesa sobre ele a acusações de extorsão, tráfico de drogas e homicídios. O militar teve a prisão relaxada pela Justiça para tratamento de saúde e está, atualmente, em prisão domiciliar. 

Reportagem do O POVO desta quinta-feira, 16, registra que seis policiais militares ou ex-policiais militares foram mortos no Pirambu em menos de um ano

 

(Colaborou Lucas Barbosa)