Policial cearense morto pela companheira teria se apaixonado por mulher que ele havia prendido
Mulher, suposto pivô da confusão entre o casal, prestou depoimento à Polícia Civil, afirmando que foi presa pelo policial militar e, após ser solta, os dois começaram a conversar pelas redes sociais; as mensagens foram flagradas pela esposa de SandysO policial Wagner Sandys Pinheiro de Lima, morto pela própria companheira, Renata Iris, no dia 23 de dezembro de 2024, teria se apaixonado por uma mulher que ele próprio havia prendido seis meses antes, em Fortaleza.
O militar deteve a mulher durante uma ocorrência doméstica, na capital cearense, onde ela era acusada e depois que foi solta os dois passaram a conversar por meio das redes sociais. As mensagens, no entanto, foram flagradas por Renata e, no mesmo dia (23 de dezembro), houve uma confusão generalizada entre o casal e Sandys foi assassinado.
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O POVO teve acesso ao depoimento da mulher, suposto pivô da última briga entre o casal, que foi realizado no dia 27 de dezembro. A mulher, de identidade preservada, compareceu ao 32º Distrito Policial. Ela relata que conheceu Wagner há seis meses, pois foi presa por ele durante uma ocorrência de violência doméstica. Na ocasião, o agente de segurança prometeu visitá-la e quando ela saiu da prisão os dois começaram a conversar por meio das redes sociais.
Wagner teria relatado que estava "sentindo algo por ela" e que gostaria que fosse recíproco. Ele demonstrava estar apaixonado, no entanto a jovem verificou que o policial usava aliança e ao indagá-lo, ele teria afirmado que o casamento não estava bem e que já havia traído a companheira. Wagner afirmou que Renata era "um pouco ciumenta".
No domingo, 22 de dezembro, um dia antes do crime, Wagner teria ido à casa da mulher, sem usar aliança, e relatou que o casal havia brigado, logo ele retirou a aliança. A briga teria acontecido após Renata ter tirado a arma de fogo de Wagner do local onde ele guardava. O militar tinha duas armas, sendo uma que ele usava no trabalho e a outra permanecia guardada em casa.
Ele afirmou que ao perguntar da arma foi lesionado no rosto e em outras partes do corpo, mas que conseguiu recuperar a arma de fogo e desmuniciá-la. Wagner relatou para a jovem que pretendia morar na casa de cima, a fim de não dividir mais a residência com Renata.
Ainda no depoimento, a mulher disse, que, na segunda-feira, 23, justamente na data em que Wagner foi morto, recebeu ligações de Renata, por meio do telefone do policial. A ligação foi registrada por volta das 18 horas e Renata dizia: "Eu sabia que tinha alguma coisa".
Renata teria conversado com a mulher, informando que Wagner contou como os dois haviam se conhecido e que ele teria afirmado que não houve nada entre ambos. Ela teria confirmado a informação de Wagner para Renata.
Conforme o depoimento, a mulher disse para Renata, que enquanto o policial militar estivesse casado, não teria interesse em manter o relacionamento com ele. Ela ainda disse que o agente de segurança a respeitava e por isso não queria ter relações sexuais com ela enquanto estivesse casado.
Por volta das 18 horas, a mulher relata que recebeu uma mensagem de Wagner, afirmando que Renata estava com o número da jovem e que ela não atendesse. Depois disso, ela ligou para Wagner e Renata atendeu o telefone dizendo "Ele está aqui, vai Wagner, fala! Ele disse que ia investir em você", descreve no depoimento.
Depois da ligação recebeu uma nova mensagem, que seria de Wagner, falando: "Eu preciso sair daqui urgente!". E depois dessa mensagem ela tentou entrar em contato com o policial, mas não obteve respostas. Em seguida, tentou contato com a própria Renata, mas também não houve resposta.
No dia seguinte, ela verificou, por meio de redes sociais, que Wagner havia sido morto pela esposa. Conforme o depoimento, a mulher relata que ficou em choque e fez uso de medicamentos calmantes. Depois que verificou, por meio de programas televisivos, que o caso estava sendo investigado pelo 32º Distrito Policial, ela procurou a delegacia para colaborar com as investigações.
"Admite que teme por sua segurança por parte da família de Renata, por acharem que a depoente tenha sido o pivô desta tragédia e ressalta que nunca teve nenhum relacionamento amoroso com Wagner, portanto, não passando de amizade, que não sabe o real motivo que levou Renata a cometer tal ato", afirma no depoimento.
Entenda o crime
No dia 23 de dezembro a professora Renata Íris foi presa em flagrante acusada de matar o próprio companheiro, o policial militar Wagner Sandys. O casal estava junto há 11 anos e eram pais de uma criança. O crime aconteceu na casa dos dois, no bairro Granja Lisboa, em Fortaleza (CE).
Há duas versões do crime, uma de que após a confusão entre o casal Wagner teria ameaçado Renata com uma arma e ela, em seguida, aproveitou um momento de descuido, e atirou contra ele. E outra versão, apresentada pelo advogado que acompanha a família da vítima, de que o cabo da Polícia Militar estava em processo de separação e que pretendia ir embora de casa.