Cidadãos e ativistas ambientais participam da primeira Oficina do Projeto RestauraCocó

Oficina visa levar a participação da sociedade na implantação do projeto, a fim de gerar conhecimento, reabilitar e restaurar a área do PEC, além de propor ações de gestão e manejo participativos para a Unidade de Conservação estadual

Após as catástrofes ambientais registradas nos últimos tempos no Parque do Cocó e regiões adjacentes, com destaque para os incêndios sequenciais ocorridos no ano passado em quase 18 hectares da Cidade 2000, a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema) realizou, neste sábado, 11, a primeira Oficina de Coparticipação do Projeto RestauraCocó no Centro de Referência do Parque Estadual do Cocó (PEC).

O objetivo da oficina é levar a participação da sociedade na implantação do projeto, a fim de gerar conhecimento, reabilitar e restaurar a área do PEC, além de propor ações de gestão e manejo participativos para a Unidade de Conservação estadual. 

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

Segundo Anna Abrahão, coordenadora do RestauraCocó e docente do departamento de Biologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), o projeto buscar abordar várias dimensões humanas, bióticas e abióticas do ambiente.

"Estamos trabalhando desde a dimensão do solo, para entender como está o solo no local do incêndio, estamos estudando o relevo para entender como ele foi afetado pelo seu histórico daquele ambiente. Lá [na região do Cocó na Cidade 2000] era uma salina nos anos de 1960 até 1980. Queremos saber como isso tá afetando a vegetação que se encontra ali hoje. Também com a reabilitação da vegetação que foi perdida".

Andamento do projeto RestauraCocó

O projeto RestauraCocó foi aprovado em abril de 2024. No entanto, só recebeu recursos para execução em novembro do mesmo ano. "Estivemos trabalhando sem recursos desde abril. Em junho, recebemos bolsas de pesquisa, mas só conseguimos adquirir os equipamentos a partir de novembro", pontuou a coordenadora.

Sobre as dimensões humanas, o professor de Geografia e pesquisador do programa Cientista Chefe, Alexandre Queiroz, é quem conduz o trabalho de entrar em contato com as comunidades e atores sociais interessados em preservar e participar da gestão do PEC.

Neste momento, as etapas estão na fase de diagnóstico, onde está sendo medido quanto carbono foi perdido com o incêndio e quanto tempo ele demorará para retornar àquele ambiente.

Em seguida, ocorrerá intervenção no espaço. Nela, está prevista a abertura de canais para que a água que não entra mais durante a estação seca volte a entrar para fazer o plantio de árvores de manguezal.

Pesquisadora diz que um ano é período pífio para restauração ecológica

O prazo estabelecido para o fim do estudo é junho de 2025. A expectativa é que ele venha a ser renovado. "Um ano não é suficiente para projetos de pesquisa em restauração ecológica. Exige monitoramento, correção de erros, a gente trabalha com manejo adaptativo que é corrigindo erros a medida que eles vão acontecendo e recalculando a rota quando necessário", observou. 

A titular da Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema), Vilma Freire, ressalta que já foi investido pelo Governo do Estado mais de meio milhão de reais.

"Vamos prestar contas disso agora, porque o acordo foi feito para um ano. Se identifcarmos a necessidade de expandir esse tempo, vamos sim. Iremos investir o que for necessário. O importante é que a gente restaure aquela área e devolva ao Cocó o que é dele", disse a secretária.

O vereador de Fortaleza, Gabriel Aguiar (Psol), afirmou os incêndios florestais sempre foram um problema na região semiárida. "Estamos no litoral, que é privilegiado pelos ventos oceânicos, mas que também sofre por estar em uma região semiárida".

"Nesse contexto de emergência climática os incêndios são cada vez mais recorrentes e profundos. Por isso são necessárias políticas públicas de prevenção e em caso de ocorrência de combate imediato direto e indireto", destacou o parlamentar. 

Ele também avalia que tiveram várias interferências humanas na área mais sensível do Parque do Cocó em relação a gestão da calha do rio, deposição de sedimentos, mudança climática e que "isso tudo junto fez com que os incêndios sejam constantes e com período mais seco se agravem muito".

Luis Ernesto Arruda Bezerra, atual Cientista Chefe em Meio Ambiente, revelou que o RestauraCocó é o caçula entre os sete projetos do programa.

De acordo com Luis, o parque possui inúmeros problemas além da área afetada no ano anterior. Ele lembra o incêndio em 2021, que tem sido tratado de maneira indireta, conforme Luis, porém a ideia é que as entidades também mobilizem um projeto específico do Lagamar ao Governo do Estado, em breve, ainda sem data marcada. 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar