PM morto pela esposa: defesa afirma que investigada sofria violência doméstica há 11 anos
Renata Íris está presa no Presídio Feminino Auri Moura Costa acusada da morte do marido, Wagner Sandys.Renata Íris, presa acusada de matar o marido, o policial militar Wagner Sandys, segue no Presídio Feminino Auri Moura Costa, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. O crime foi registrado no dia 23 de dezembro, na casa localizada no bairro Granja Lisboa, em Fortaleza.
A advogada de Renata, Jessica Rodrigues, afirma que há uma tentativa, por parte da família do militar, de montar uma narrativa que descreve Renata como uma mulher "louca", "ciumenta" e "desequilibrada".
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De acordo com a advogada, sua cliente teria tomado uma atitude desesperada, que foi consequência de 11 anos sendo vítima de inúmeros tipos de violência doméstica, patrimonial, física e psicológica.
O crime, conforme a defesa, foi cometido após a mulher ter sofrido agressões. A esposa do militar contou que, antes dos diaparos, ele teria apontado a arma para a companheira e a ameaçado de morte.
A defesa afirma que Renata, agora sob a tutela do Estado, está sob perseguição de agentes de segurança na unidade prisional.
Renata é mãe de uma criança de oito anos de idade, possui três graduações, sendo Pedagogia, Administração e Educação Física, de acordo com informações da advogada. Ela estudava para concurso e trabalhava como professora.
Jessica Rodrigues afirma que Renata e Wagner estavam em um período de separação, no entanto, ela não queria permanecer com o marido, pois era vítima de violência e de diversas traições. Uma dessas traições teria sido o motivo da última discussão do casal.
Traições e separação
De acordo com informações da defesa, Renata morava na casa que herdou dos pais e, durante a separação, Wagner não queria sair da residência e propôs dividir os cômodos, deixando Renata no primeiro andar da casa.
A medida não teria sido aprovada por Renata, alegando que o imóvel é um bem herdado e não construído pelo casal. A advogada afirma que há um processo de inventário com o nome de Renata e que, após o crime, a família de Wagner estaria com as chaves da casa e também com o aparelho celular da professora.
A advogada afirma ainda que Renata foi agredida no dia do crime. O exame de corpo de delito dela comprovaria as escoriações. Ainda aponta que a última briga dos dois, a respeito da traição, teria acontecido quando o cabo da Polícia Militar se envolveu com uma mulher que havia sido presa por ele.
De acordo com a versão da defesa da suspeita, após a prisão, o PM teria começado a conversar com a mulher pelas redes sociais depois que ela saiu do presídio. Renata teria encontrado conversas do marido onde ele afirmava que não queria mais manter o relacionamento com a esposa e que ela não queria sair da casa.
Renata teria ligado para a mulher, no viva voz, e ordenado que Sandys relatasse a verdade sobre a situação do casal.
Conforme a advogada, a professora teria contraído doenças sexualmente transmissíveis após as traições do policial militar. Segundo a advogada, há testemunhas que comprovam uma série de escoriações sofridas por Renata.
As brigas entre os dois eram constantes e o conflito que antecedeu o período do Natal foi mais uma das situações. A mulher que conversava com Sandys nas redes sociais teria ido depor na delegacia do 32º Distrito Policial descrevendo estar chocada com a situação.
O advogado que acompanha o caso, Samir David, pontuou um laudo cadáverico, que ainda não foi anexado ao inquérito. Ele afirma que o militar pode ter sido morto enquanto dormia. Ainda afirma que a criança, filha do casal, estava presente no momento do crime.
Jessica Rodrigues nega a informação e diz que a criança entrou na casa após os disparos.