Com obra em andamento na av. Heráclito Graça, condutores se arriscam em trecho sem sinalização
Condutores começaram a circular pela área que tem trechos parcialmente concluídos. Moradores e comerciantes reclamam da falta de sinalização, que compromete a segurança do localAnunciadas como a solução para os constantes alagamentos, as obras na av. Heráclito Graça devem se estender, pelo menos, até o primeiro semestre de 2025. Contudo, um dos trechos da intervenção, entre as ruas Gonçalves Ledo e João Cordeiro, está em processo de conclusão avançado.
Embora ainda faltem alguns ajustes, especialmente a instalação da sinalização de trânsito, veículos já circulam no local. Conforme moradores e empresários que frequentam a via, a ausência de semáforos e indicadores de velocidade aumenta os riscos para condutores, que dividem o espaço com maquinário e trabalhadores atuando nos serviços remanescentes.
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Na manhã desta quinta-feira, 9, O POVO percorreu a avenida Heráclito Graça. No local, é evidente que grande parte do trecho entre a rua João Cordeiro e a avenida Barão de Aracati ainda está em fase de trabalhos intensos e, por isso, é inviável a livre circulação de veículos.
Já no outro extremo, na rua Gonçalves Ledo, o trânsito está liberado e segue fluindo normalmente, sem restrições. Na rua João Cordeiro, o tráfego está permitido até o cruzamento com a avenida Heráclito Graça. Porém, a via encontra-se bloqueada a partir do cruzamento com a rua Jaguaretama.
Mesmo com o bloqueio parcial e trabalhadores ocasionalmente circulando, foram avistados carros e motos trafegando pelo trecho da rua João Cordeiro e Gonçalves Ledo. De acordo com Carlos de Assis (Carlinhos), proprietário de uma oficina localizada na avenida, há cerca de 15 dias que os trabalhos no trecho estão em fase de conclusão.
“Está bem nivelado e bom para trafegar, mas ainda falta colocar a sinalização, a pintura no chão, um semáforo. Alguns carros ainda passam, mas é arriscado. Uns vêm pela Gonçalves Lêdo, outros dão um jeito de atravessar, mas não está seguro. Parece que abriram, mas, na prática, não abriram”, comenta o empresário.
Ele explica que comerciantes já tentaram solicitar com a Prefeitura de Fortaleza, por telefone, a instalação de sinalização no local. Mas, até o momento, a via continua sem as estruturas.
Carlinhos espera que, quando os veículos voltarem a trafegar com segurança no local, o fluxo de pessoas volte à normalidade e, por consequência, o faturamento de sua oficina.
“Os comerciantes estão sendo muito prejudicados. Desde que começaram essa obra, o movimento caiu muito. Eu, por exemplo, já precisei ir buscar os carros na casa dos clientes, porque não tinha como eles virem até aqui”, relata.
Proprietário de uma autopeças, Lucídio Teles também se sente prejudicado pela obra, apesar de compreender a importância da intervenção. “Desde a pandemia, estamos enfrentando muitas dificuldades e nos arrastando para seguir em frente. O desejo é apenas que terminem logo, ou que pelo menos liberem de pouco em pouco para o movimento ir melhorando”, diz.
Demandada pelo O POVO, a Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf) informou que a avenida segue bloqueada no trecho compreendido entre as ruas Gonçalves Ledo e Barão de Aracati, apenas o acesso local de moradores e comerciantes está garantido
“A instalação de sinalização e barreiras para o controle do tráfego de veículos no trecho interditado da Avenida Heráclito Graça cabe à empresa responsável pelas obras. A empreiteira já foi acionada para reforçar a sinalização na via e implantar novas barreiras”, disse.
Andamento das obras na av. Heráclito Graça
Anunciadas como a solução para os alagamentos crônicos, as obras de construção de um reservatório subterrâneo na avenida Heráclito Graça tinham como objetivo ser concluídas antes da quadra chuvosa. Dessa forma, a entrega estava inicialmente prevista para outubro de 2024. Depois, o prazo passou para dezembro.
No entanto, a Seinf anunciou que as obras foram adiadas em pelo menos três meses, ou seja, para março de 2025, devido a interferências nas redes de esgoto e água da Cagece sob a avenida.
Em dezembro de 2024, o então secretário de Infraestrutura, Samuel Dias, afirmou que as obras realizadas seriam suficientes para prevenir alagamentos nos meses seguintes.
Os comerciantes do local lembraram da última chuva forte que atingiu Fortaleza, no início de dezembro. Segundo eles, o nível da água chegou a subir. “Naquela época, ainda havia muita coisa para ser feita. Espero que agora, que já avançou mais, seja melhor”, diz Lucídio Teles.