Feira de livros na Praça dos Leões tem movimentação tranquila no 1º fim de semana

Em Fortaleza, por décadas os sebos no Centro são referência para quem buscava adquirir livros com preços mais acessíveis

Mesmo durante o período de férias para estudante, o início de janeiro, geralmente, é reservado pelos pais para providenciar a compra dos livros didáticos que os filhos devem utilizar durante o período letivo de 2025. 

Em Fortaleza, por décadas os sebos da Praça General Tibúrcio, popularmente conhecida como Praça dos Leões, no Centro, são referência para quem busca adquirir livros com preços mais acessíveis. 

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Os diversos estandes, porém, ainda apresentam pouca movimentação de clientes. A feirinha ocorre, normalmente, das 8h às 17 horas, com mais de 20 quiosques e livrarias para a venda e troca.

Uma das que vasculhavam a pilha de itens era a turismóloga Tatiane Araújo, de 35 anos. Ela conta que este é o primeiro ano que participa fisicamente da feira e conseguiu comprar o material do seu filho, de 10 anos, com cerca de 80% de desconto.

FORTALEZA-CE, BRASIL, 04-12-2024: A movimentação de início de ano letivo na Feira do Livro, na Praça dos Leões, onde livros didáticos usados são trocados ou revendidos. Na foto, Tatiane Araújo. (Foto: Fernanda Barros/ O Povo)
FORTALEZA-CE, BRASIL, 04-12-2024: A movimentação de início de ano letivo na Feira do Livro, na Praça dos Leões, onde livros didáticos usados são trocados ou revendidos. Na foto, Tatiane Araújo. (Foto: Fernanda Barros/ O Povo) Crédito: FERNANDA BARROS

"A primeira vez, no passado, eu comprei online, porque peguei o contato e pedi para fazer a entrega em casa mesmo. Mas este ano vim pessoalmente, trouxe os livros usados e fiz a troca. Gostei bastante, porque, pela lista da escola, comprando todos os livros novos, dariam uns R$ 2.000. Aqui, gastei cerca de R$ 450."

Também pontua que a ação ajuda na questão da sustentabilidade, visto que o material pode sempre ser reaproveitado por outra pessoa. 

A possibilidade de compra de livros usados e novos nas lojinhas é, justamente, um dos maiores diferenciais do local, permitindo uma variedade de escolhas. Porém, nos últimos anos, há uma tendência de baixa movimentação, com a presença das redes sociais sendo mais marcante. 

A comerciante Sandra Portela, de 56 anos, já atua no coração da praça há 18 anos. Nessa época do ano, trabalha cerca de 12 horas por dia para conseguir vender seus produtos. Contudo, a procura é, em grande parte, por meio das redes sociais. 

"Fazemos a venda de livros mais baratos, que são os seminovos, além de paradidáticos e literaturas, tanto novos quanto usados. Todos seguem esse padrão. Por isso, a maior parte da procura vem das redes sociais. As pessoas veem a notícia e trazem seus livros para trocar, vender ou comprar."

Além disso, aconselha aos pais que tragam os livros que têm em casa para fazer a negociação. "A troca funciona no esquema de dois por um: dois paradidáticos por um, ou duas literaturas por uma. Mas também existe outra opção: você pode entregar apenas o livro e completar com um valor. Estamos aqui para negociar", explica. 

O pensamento é compartilhado pelo também vendedor, Gerson, que explica que os descontos são um atrativo para combater outros concorrente como livrarias e até mesmo a gigante do setor e-commerce, a Amazon.

"Todos os colégios hoje têm grupo, e aí as pessoas fazem negócio nesses grupos e procuram aqui. Mas caiu muito (a movimentação física) depois que começaram os grupos online, além de ter a Amazon, que também vende livros. Foi uma queda de uns 80% nos últimos 10 anos."

Tradição

Desde que a Feira do Livro na Praça dos Leões se entende por gente, a comerciante Carmecita Chaves, de 59 anos, já participava da venda e troca de livros no local.

Com nostalgia, lembra exatamente de quando tudo começou. "No começo era muito bom, porque eram poucas pessoas que vendiam. Assim, logo no início, havia poucos vendedores, e os pais, quando vinham comprar, iam direto na gente. Hoje em dia, tem muito intermediário e aí fica aquela coisa amontoada. Também tinha muito mais banca do que agora."

Outro ponto comentado por Carmecita Chaves é a importância do seu trabalho. "É uma vida, sabe? Hoje eu até digo que já estou quase me aposentando dessa folia. Eu venho por causa dos amigos, é um passatempo. Melhor do que ficar dentro de casa. Aí eu venho para cá, vejo gente, converso, e o pouco que eu vendo para mim já serve. Quando termina, fico em casa e aproveito."

Já Sofia, de 11 anos, esteve na praça acompanhada da sua mãe pela primeira vez. Hoje, foi o dia de desapegar dos livros do ano anterior e comprar outros, que servirão para o período letivo de 2025.

A tradição vem de família. Isso porque sua mãe, durante toda a infância, ia para o mesmo lugar para comprar os materiais didáticos. 

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