PM morto pela companheira estava em processo de separação e planejava sair de casa
O advogado que acompanha a família da vítima cogita que Wagner Sandys foi morto enquanto dormia e que o crime foi premeditado em razão do anúncio da separação
20:15 | Jan. 06, 2025
O policial militar Wagner Sandys Pinheiro de Lima, morto pela própria companheira, Renata Iris de Sousa Araújo, estava em processo de separação e planejava sair da casa onde vivia com a esposa, na Granja Lisboa, em Fortaleza. O agente de segurança foi morto no dia 23 de dezembro, um dia antes da véspera de Natal, dentro da própria residência. A companheira, acusada do crime, foi presa em flagrante.
O casal teve uma conversa sobre divisão de bens dois dias antes do crime, quando decidiram que, inicialmente, a casa onde moravam, seria dividida, sendo o térreo destinado ao homem e o andar de cima para Renata.
Os dois ficariam nessa situação até 2025, por questões financeiras, e, posteriormente, o policial militar alugaria uma casa. Renata, por sua vez, teria cogitado ir embora para outro estado. As informações são do advogado Samir David, que representa a família da vítima.
O PM e a companheira estavam juntos há aproximadamente dez anos e eram pais de uma menina de oito anos de idade. O relacionamento, conforme o advogado, era conturbado em razão de ciúmes. Relatos de amigos do casal apontam que Renata demonstrava agressividade com o companheiro.
Para Samir David, houve premeditação em razão do anúncio da separação, o que diverge da versão de Renata, de que descobriu uma traição e que era vítima de violência doméstica. Renata denunciou que matou o companheiro após ser ameaçada de morte. Ela afirma que aproveitou uma distração do militar para efetuar os disparos.
A arma usada para matar Sandys foi a da própria corporação da Polícia Militar. Ele possuía uma segunda arma, de uso pessoal, que posteriormente foi apreendida. O advogado afirma que Renata tinha conhecimento no manuseio de armas de fogo.
A defesa cogita que o PM foi atingido enquanto dormia em razão do laudo cadavérico. "O laudo diz que ele foi morto por um tiro de cima para baixo. Como se ele estivesse sentado e ela veio em pé e atirou no ombro. O tiro transfixou do lado esquerdo para o direito em diagonal", descreve.
A família havia sido avisada, dias antes do crime, sobre a decisão de se separar e tentava acalmar o casal. "Ele falou para amigos que estava triste com a separação e que Renata queria ir embora com a filha. Ele estava preocupado com a situação", ressalta.
O advogado relata que Sandys possuía seguros de vida no nome de Renata e que a assistência de acusação agora trabalha para que esses valores sejam repassados para a filha do casal.
A assistência de acusação ainda descreve que houve alteração do local do crime. Foram identificados sinais de que houve limpeza com papel higiênico, o sofá teria sido empurrado para o lado da parede e as redes sociais do policial militar foram manipuladas por Renata. A mulher também teria excluído as próprias redes sociais, para o advogado, uma forma de apagar indícios.
O agente de segurança era conhecido pelos colegas por ser um policial que trabalhava acima do normal, com muitas horas extras. Ele trabalhava no 17º Batalhão da Polícia Militar, onde era respeitado e considerado um militar de ótimo comportamento.
O crime segue sob investigação da Polícia Civil do Ceará, por meio do 32º Distrito Policial, e o inquérito está em período de conclusão. Renata foi presa em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva pela Justiça durante audiência de custódia. Aparelhos celulares foram apreendidos, além da arma usada na ação.
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