Beira Mar: patins é opção de esporte para praticar nas férias em Fortaleza
Esporte traz sensação de liberdade e é praticado por pessoas de todas as idades. Os dias com maior movimento são às sextas e finais de semana, a partir das 18 horas
08:00 | Jan. 04, 2025
Com as férias escolares de fim de ano, a Beira Mar de Fortaleza é uma ótima opção para quem busca praticar algum esporte. O patins está entre uma das modalidades que vêm sendo procuradas por adultos e crianças. Há também outras opções de lazer como patinetes elétricos e bicicletas-triciclo.
Em tom nostálgico, o locador de patins Francisco Cleiton Gomes, 45, contou ao O POVO que começou a trabalhar com o aluguel dos equipamentos há cerca de 20 anos, quando ainda possuía uma barraquinha de cachorro-quente.
“Vinham as turmas pra andar de patins e faziam da minha barraquinha um ponto pros patins, guardavam bolsa e tudo mais. Aí eu comecei a pegar alguns patins emprestados para alugar e foi quando eu vi que estava dando certo”, relata.
Segundo ele, os dias com maior movimento são às sextas e finais de semana, especialmente aos domingos, a partir das 18 horas. Os preços são variados e Cleiton cobra R$ 20 por 1 hora para o patins e R$ 25 para bicicletas, triciclos e patinete elétrico durante 30 minutos.
Cleiton afirma que o lucro aumenta entre 40% e 50%, entre dezembro e janeiro. “Nosso público é bem diversificado, vem os jovens, as crianças, os idosos para andar de bicicleta. Aqui tem diversão para todo mundo”, compartilha.
A técnica para não cair é “não ter medo”, afirma Cleiton entre risos. “É fácil, você tem que ter confiança e tentar colocar o peso do corpo para frente”. Segundo ele, o tempo de aprendizado do patins varia de pessoa para pessoa.
Slalom Freestyle é uma das modalidades da patinação praticada na Beira Mar
Ao O POVO, o técnico de ar-condicionado e coordenador da Royal Slalom Team Junior Alves, 45, relata que pratica a patinação Slalom Freestyle há 15 anos. “Inicialmente, eu andava de skate, durante uns 8 a 9 anos. Eu vi uma amiga minha (andando de patins) e me senti desafiado”, diz. Junior conta que procurou tutoriais na internet e vídeos de atletas mundiais para aprender novas técnicas e manobras.
“É uma coisa que eu amo. Todo ano tem campeonatos, a gente faz eventos e workshops”, afirma o patinador, que treina na Beira Mar de terça à sábado.
O Slalom Freestyle é uma das variações da patinação e consiste na realização de movimentos e manobras entre fileiras de cones em linha reta, com as respectivas distâncias entre os objetos.
A dona de casa Yslâni Messeca, 32, conta que começou na patinação aos 17 anos, quando ficou interessada após ver um grupo praticando o esporte. “A sensação é de liberdade, a gente anda e sente o vento na cara. Quando a pessoa gosta do esporte, consegue superar vários obstáculos”, resume.
Ela também revela que há 10 anos atrás, sem a conclusão das obras, era mais fácil andar porque o fluxo de pessoas era menor. “O piso está melhor, mas fica difícil de andar pois sempre tem muita gente. Moro aqui na Beira-Mar e sempre que desço na segunda-feira está cheio de gente”, relata.
Após a requalificação da Beira Mar, concluída em maio de 2022, que gerou fluxo maior de pedestres e ciclistas, alguns praticantes do esporte relatam que têm dificuldades em ter um espaço próprio para a prática.
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“Eu vou estar bem velhinha aqui na Beira Mar andando de patins”, diz patinadora
Charliane Oliveira, 36, que trabalha com atendimento ao público, conta que começou a praticar o esporte porque sempre teve curiosidade. No início, ela não tinha os patins. Então, um amigo lhe emprestou o equipamento e ela conheceu Junior Alves, foi quando começaram a treinar juntos.
“Pra mim é uma das melhores sensações [do mundo]. É uma sensação de liberdade. Eu voltei [a praticar o esporte] também por conta da minha ansiedade, eu sou uma pessoa hiperativa e o patins me ajuda muito. Eu vou estar bem velhinha aqui na Beira Mar andando de patins”, conta entre risos.
“Com a reforma aqui ficou muito bom. Eu vou do Mercado dos Peixes até o Poço da Draga, faço isso direto. Acho que umas partes do calçadão precisam ser vistas e essa galera das bicicletas elétricas deveriam ser proibidas de andar aqui. [Com] a velocidade pode causar um acidente, quase fui atropelada uma vez”, finaliza.
“Eu não tinha condições de ter um patins na minha infância, eu tô realizando esse sonho agora”
A dona de casa e coordenadora do grupo Patinadores de Fortaleza, Josie dos Santos, 39, conta que a modalidade praticada pelo grupo é a Urban. No estilo, os patinadores utilizam o asfalto das ruas para se movimentar.
“Eu não tinha condições de ter um patins na infância. Eu tô realizando esse sonho agora. É um esporte que inspira. Eu sou uma mulher do lar, estou acima do peso, mas eu sou feliz do jeito que sou e é isso que o esporte transparece na minha vida. Quando eu coloco os patins nos pés, eu volto na minha infância. É uma sensação de liberdade", afirma.
Ela reclama da falta de um espaço próprio para os patinadores. “Na calçada os pedestres reclamam, as ciclofaixas são destinadas aos ciclistas e no skatepark os skatistas não deixam a gente andar muito”.
“Em Brasília, existe uma pista própria para isso, meu sonho é que tivesse um desses aqui [em Fortaleza]. Aquele ginásio poliesportivo da Parangaba poderia ser utilizado”, diz.
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