Católicos celebram abertura do Jubileu da Esperança em Fortaleza
Fiéis participaram de procissão que percorreu ruas do Centro da CidadeO Centro de Fortaleza foi tomado por fiéis na manhã deste domingo, 29. Eles participaram da abertura do ano de celebração do Jubileu da Esperança. O início do Ano Jubilar foi marcado por uma procissão realizada da Igreja do Sagrado Coração de Jesus até a Catedral Metropolitana de Fortaleza, em um trajeto de 1,4 km.
De acordo com o Antigo Testamento, pela tradição judaica, o jubileu acontecia a cada 50 anos, sendo um ano marcado pela conciliação, libertação e pelo retorno das terras e propriedades aos seus antigos donos. A palavra “jubileu” deriva de “yobel”, o chifre do carneiro usado para celebrar o início do ano jubilar, onde acontecia a festa do Yom Kippur (Dia da Expiação).
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Para os cristãos, atualmente o jubileu assume um caráter de renovação espiritual, oferecendo aos fiéis uma oportunidade de única de reflexão e aproximação com Deus.
Nas palavras do arcebispo de Fortaleza, dom Gregório Paixão, o jubileu é um chamado para a construção de um mundo novo.
"O ano jubilar é a celebração da vida. A vida tem que ser plena. A humanidade nasceu para a paz, para a alegria, para a esperança, para o amor. Nós nascemos para esse processo contínuo de diálogo, de caminhar juntos. A chamada do papa e de toda Igreja é para que sejamos agentes desse mundo novo, dessa alegria nova, dessa esperança que nunca pode faltar no coração da humanidade, no coração de todas as pessoas", disse o sacerdote.
A celebração na Capital atraiu atraiu devotos de todo o Ceará. O professor Silvânio Bezerra veio de Canindé, há 118,60 km de Fortaleza, para participar do evento. Para ele, o Jubileu da Esperança é uma oportunidade para os fiéis viverem a Igreja como unidade. “É um ano recheado de muita espiritualidade, um ano recheado de muita oração e, acima de tudo, um ano que a Igreja festeja e celebra algo especial”, destaca o docente.
Para Silvânio, o jubileu é essencial para conectar os cristãos à esperança de Jesus Cristo. “É o ano da esperança. Precisamos alimentar cada vez mais a esperança na pessoa de Jesus Cristo", finaliza.
Fé que atravessa gerações
Acompanhada do filho, da nora e dos netos, a aposentada Maria Salete, de 67 anos, conta com a ajuda da família para acompanhar os eventos religiosos. Impossibilitada de realizar a procissão por causa da mobilidade reduzida, a fiel fez questão de comparecer à celebração, mesmo que precisasse usar o carro para possibilitar o deslocamento.
"O que me trouxe aqui hoje foi a fé; e Jesus, quem merece tudo isso. Ele merece, porque ele já fez muita coisa na minha vida e na vida da minha família. Eu só tenho a agradecer, só isso", reflete a aposentada.
As novas gerações também marcaram presença na abertura do Ano Jubilar. O estudante Miguel Lucas, de 13 anos, foi à cerimônia acompanhado por sua madrinha, que o vem educando na fé católica desde criança. Segundo Miguel, ele se sente cada vez mais próximo de Deus ao participar de eventos como a abertura do jubileu. “Pra mim é gratificante ver o povo aqui, com muita alegria e esperança. Esse é um momento pra abrir o coração e recapitular o que fez na vida. Ser mais de Deus e se entregar totalmente,” disse.
A farmacêutica Sibelle Rocha, de 39 anos, também participou da abertura do Jubileu. Para ela, o jubileu é um marco temporal nara a Igreja Católica. “A cada 25 anos a gente vive esse momento de abertura de uma porta santa, onde a gente tem expectativa de peregrinar, de fazer um ano de oração e penitência em busca de indulgência e da santificação, “afirmou ela.
Essa é a primeira vez que Sibelle participa da abertura de um jubileu. Para ela, o momento torna-se ainda mais importante diante dos desafios vividos pela humanidade. “Diante da situação do mundo de hoje, com guerras, violência, injustiça social e pobreza, a esperança vem pra querer dar esse fôlego pra gente. Esperança na fé de que Deus está conosco nessas lutas. A esperança não pode morrer”, enfatiza.