Cearense líder de facção que movimentou R$ 106 milhões em lavagem de dinheiro é alvo de operação

Homem de 29 anos é um dos chefes da organização criminosa com atuação no Grande Pirambu, em Fortaleza, e está foragido no Rio de Janeiro. Operação resultou na prisão de nove pessoas no Ceará

Um cearense de 29 anos apontado como um dos mais procurados pela Forças de Segurança do Ceará foi alvo da segunda operação Cashback, deflagrada pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE), nesta terça-feira, 10. A operação desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas do grupo que atuava no Grande Pirambu, em Fortaleza.

As ações do esquema eram articuladas por uma facção criminosa do Rio de Janeiro, onde o alvo é um dos líderes. Durante coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 10, no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), na Capital, o delegado titular da Delegacia de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro, Renê Mesquita, informou que as investigações apontam que o cearense está foragido na região carioca.

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Conforme as investigações, a organização criminosa utilizou quatro pessoas como “laranjas” — pessoas que fornecem seus dados pessoais para ocultar bens, de terceiros, da fiscalização federal. Eles tiveram mandados de prisão preventiva abertos. O grupo chegou a movimentar R$ 106 milhões por meio do esquema em dois anos.

No esquema, eles utilizaram pessoas físicas e jurídicas para possibilitar a movimentação de recursos para o grupo criminoso, como lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Pelo menos 77 pessoas físicas e jurídicas foram identificadas, onde a operação bloqueou R$ 125 milhões das pessoas e empresas identificadas no esquema nos estados do Ceará, Paraíba, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Amazonas, Paraná, São Paulo, Roraima, Pernambuco, Rondônia, Bahia e Maranhão.

Como era o esquema de lavagem de dinheiro 

Para realizar o esquema de lavagem de dinheiro, o grupo criminoso utilizava empresas e instituições de pagamento para auxiliar a movimentação ilícita de recursos financeiros para as ações criminosas. “Nós identificamos que a maioria das empresas são instituições de pagamento. Elas não se enquadram como bancos, mas prestam serviços financeiros. Os criminosos têm utilizado da facilidade de abrir instituições de pagamento para lavagem de dinheiro, comenta Renê.

Ao todo, nove pessoas que integravam o grupo criminoso foram presas, sendo seis mulheres de 49, 33, 26, 25, 24 e 21 anos de idade, e três homens com 38, 21 e 20 anos. As prisões foram feitas em Fortaleza e Caucaia, Aquiraz e São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana (RMF).

De acordo com o delegado-geral da PC-CE, Márcio Gutiérrez, os presos eram ligados às operações financeiras do grupo. Então, é um braço importantíssimo nesse grupo criminoso, é o braço financeiro. São aquelas pessoas que trabalham para lavar o dinheiro do crime e reverter esse dinheiro em patrimônio com aparência de legalidade”, afirma.

Também foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão, com apreensão de um quilo de cocaína, 25 gramas de crack e 200 gramas de skank, um simulacro de pistola, munições e dois veículos, sendo um de modelo Honda ZRV vermelho e um Renault Kwid, além de celulares.

Operação tem mandados de prisão em aberto no Complexo da Maré

A segunda fase da operação que busca desarticular o grupo criminoso com esquema de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas possui pelo menos quatro mandados de prisão em aberto no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro (RJ). Entre eles, o cearense apontado como líder da organização criminosa.

Ainda de acordo com as investigações, um homem de 54 anos também é alvo da operação. Ele é apontado como um dos principais chefes no Rio de Janeiro, sendo alvo da Polícia Civil local (PC-RJ). O delegado-geral da Polícia Civil do Ceará, Márcio Gutiérrez, destaca que a operação contou com a cooperação dos agentes de outros estados.

“A Polícia Civil e as forças de segurança do Estado têm esse trabalho de articulação com outros estados, outras secretarias de segurança e outras polícias civis, essa troca de informações, buscando informações no Rio de Janeiro, e eles buscando informações no Ceará. Esse trabalho tem que ser realizado de forma articulada, integrada no âmbito nacional. É um grupo de origem carioca, mas é articulado e tem seus tentáculos no país inteiro”, pontua.

A operação, coordenada pela Delegacia de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro (DCLD), contou com apoio técnico do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), ambos do Departamento de Recuperação de Ativos (DRA), bem como apoio operacional do Departamento de Inteligência Policial (DIP) e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core).

Primeira fase da operação Cashback

A primeira fase da operação, em dezembro do ano passado, sequestrou R$ 3 milhões em bens de um chefe de facção que, na época, estava recluso em um presídio federal. A operação buscou realizar uma "asfixia financeira" de integrantes de grupo criminoso com atuação no Ceará.

As ações resultaram em quatro sequestro de imóveis, em Fortaleza, Eusébio e Recife, em Pernambuco (PE). Além de veículos em Manaus (AM) e Recife (PE). Na época, a apreensão causou prejuízo de R$ 70 milhões ao grupo criminoso.

Denúncias

A SSPDS reforça que a população pode contribuir com as investigações repassando informações, com sigilo e anonimato garantidos.

Disque-Denúncia: 181
WhatsApp da SSPDS: (85) 3101 0181
Delegacia de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro (DCLD): (85) 3285 9179
E-Denúncias: disquedenuncia181.sspds.ce.gov.br

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Facções criminosas

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