Comerciante morto no Pirambu: MPCE diz que motivação foi vítima contrariar facção

Conforme a acusação do Ministério Público, Pedro Feijó de Albuquerque, de 62 anos, foi morto por ser identificado como inimigo por integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV)

O suspeito preso por matar o comerciante Pedro Feijó de Albuquerque, de 62 anos — crime ocorrido no último 11 de outubro no bairro Pirambu, em Fortaleza —, foi denunciado nessa quinta-feira, 5, pelo Ministério Público Estadual (MPCE).

Alan Gomes da Silva, de 21 anos, é um dos dois homens que aparecem, em imagens de câmeras de vigilância que flagraram o crime, atirando contra a vítima, concluiu a Polícia Civil. O outro executor ainda não foi identificado.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

A denúncia do MPCE sustenta que a motivação do crime foi “torpe”, uma vez que consistiu “na aplicação ilegal da pena de morte contra pessoa que se acreditava ser inimigo da facção”. 

Apesar de uma motivação específica não ter sido identificada, testemunhas relataram à 8ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) alguns fatores que podem ter colocado os integrantes do Comando Vermelho (CV) em indisposição para com a vítima.

Um desses episódios teria ocorrido em 1º de fevereiro deste ano, quando integrantes do CV ordenaram que comerciantes do Grande Pirambu fechassem as portas em forma de luto pela morte de Fábio de Almeida Maia, conhecido como “Biu” ou “Tartaruga”, durante confronto com a Polícia Militar no Rio de Janeiro (RJ).

Pedro não teria, em um primeiro momento, fechado o comércio, só depois de ser ameaçado pelos criminosos. Os faccionados, inclusive, teriam efetuado disparos na frente do estabelecimento comercial.

Outro momento em que os integrantes do CV determinaram o fechamento do mercadinho foi em setembro, quando uma mulher foi morta durante a desocupação de um terreno no bairro Carlito Pamplona. A vítima era prima de Alan.

Outro fator de rusgas entre os criminosos e o comerciante teria sido o bom relacionamento que este tinha com policiais militares. Os agentes de segurança chegavam a comer de graça no estabelecimento, afirmaram testemunhas.

PMs também se depararam com relatos de que os criminosos teriam pressionado a vítima a se desfazer das câmeras de segurança instaladas no estabelecimento. Outra possível motivação ventilada seria o fato de Pedro ter colocado em seu comércio, durante as últimas eleições municipais, adesivo de um candidato que não teria o apoio do CV.

Esta última motivação foi questionada por um familiar da vítima que afirmou que “muito embora SERRANO tivesse opinião política contrária à facção criminosa que atua na área, não usava adesivos e nem bandeiras, bem como só externava sua verdadeira opinião política para pessoas mais próximas”.

Suspeito negou envolvimento com o crime

Alan foi preso em 1º de novembro trafegando em um carro roubado. Em depoimento, ele negou envolvimento na morte de Pedro, tendo dito que sequer tomou conhecimento do crime. Alan também disse não integrar o CV. A 3ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza ainda decidirá se recebe ou não a denúncia.

Horas antes de Pedro Feijó de Albuquerque ser morto, o ex-policial militar José Sebastião Ribamar Guimarães foi assassinado a tiros também no Pirambu. Nenhum suspeito desse caso foi preso até o momento, embora haja a suspeita de que o crime também tenha sido praticado por integrantes do CV.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

facções criminosas

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar