Semana da Mobilidade Ativa: Fortaleza sedia eventos internacionais

No evento são reunidas as 10 cidades vencedoras do Prêmio BICI para atividades de networking e troca de experiências sobre infraestrutura cicloviária. Fortaleza está entre as ganhadoras

A Semana da Mobilidade Ativa traz à Capital cearense dois encontros internacionais importantes que promovem a mobilidade sustentável. Até esta quinta-feira, 5, Fortaleza receberá especialistas, gestores públicos e representantes de cidades e instituições para discutir o futuro da mobilidade ativa.

Sendo uma promoção da Rede C40 e da Transformative Urban Mobility Initiative (TUMI), da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), o workshop sobre Equidade, Diversidade e Inclusão para a Mobilidade Ativa na América Latina está sendo realizado entre os dias 3 e 5 de dezembro.

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Fortaleza é referência em mobilidade ativa

De acordo com a Prefeitura, Fortaleza vem implementando uma política de mobilidade centrada em pedestres, ciclistas e usuários de transporte público. A Cidade conta com rede de ciclovias e ciclofaixas, faixas exclusivas para ônibus, redução de limites de velocidade e outras medidas de moderação de tráfego.

As implementações resultaram em avanços significativos como: maior eficiência no transporte público, redução de mais de 50% no número de mortes no trânsito nos últimos 10 anos e o aumento do uso de transportes ativos. A Capital se juntou à Rede C40 em abril deste ano e está entre as 13 cidades da América Latina.

O evento contará com a participação de 17 cidades de sete países da América Latina, além da Alemanha. Também está inclusa na programação um tour de bicicletas e visitas à Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC).

Entre os dias 3 e 5 também ocorrerá o Prêmio BICI - Technical Meeting, iniciativa da Bloomberg Philanthropies e da Global Designing Cities Initiative (GDCI). No evento, serão reunidas as 10 cidades vencedoras do Prêmio para atividades de networking e troca de experiências sobre infraestrutura cicloviária. Confira abaixo a lista de cidades vencedoras:

  • Tirana - Albânia
  • Fortaleza - Brasil
  • Bogotá - Colômbia
  • Adis Abeba - Etiópia
  • Pimpri-Chinchwad - Índia
  • Milão - Itália
  • Quelimane – Moçambique
  • Lisboa - Portugal
  • Wellington – Nova Zelândia
  • Mombaça - Quênia

O diretor regional da Rede C40 na América Latina, Ilan Cuperstein, explicou ao O POVO que o desenvolvimento de Fortaleza em relação às propostas da C40 “é evidente”. “Hoje, Fortaleza é uma das cidades mais avançadas em infraestrutura cicloviária na América Latina”.

De acordo com Ilan, o avanço que a Capital teve nos últimos anos na construção e expansão de ciclovias, bicicletas compartilhadas e infraestrutura cicloviária em diferentes regiões da cidade — de alta e baixa renda — “fazem de Fortaleza um modelo”, por isso a cidade foi selecionada para receber o workshop. 

Desafios e malha cicloviária

Segundo o coordenador, há áreas que ainda precisam de avanços na Capital, como a eletromobilidade. “É um tema que ainda está sendo estudado pela Cidade e esperamos que caminhe para os próximos anos”.

De acordo com Ilan, há setores que precisam de melhorias na Capital. Um deles é o da gestão de resíduos. “Sabemos que é um desafio da cidade e há muitas oportunidades, além dos desafios, para melhorar essa questão com ações climáticas. Há também a questão de expandir a energia renovável e eficiência energética na Cidade”, finaliza.

Procurada pelo O POVO, a coordenadora especial de mobilidade urbana da Secretaria de Conservação dos Serviços Públicos (SCSP), Isabela Castro, explica que proporcionalmente ao número de habitantes, Fortaleza “é a cidade que possui a maior malha cicloviária”.

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“Esperamos que mais pessoas se sintam atraídas para fazer seus deslocamentos cotidianos de bicicleta ou a pé. É um objetivo que foi traçado com o lançamento do Pedala Mais. Fortaleza já é uma cidade que se destaca nacional e internacionalmente quando falamos sobre política de mobilidade sustentável, com ênfase especial para nossa política cicloviária”, finaliza.

Ao O POVO, a engenheira ambiental e analista de planejamento e gestão da Prefeitura, Dalila Menezes, explica que a Rede C40 Cities é uma rede de quase 100 cidades globais para o enfrentamento à emergência climática. Segundo ela, quando a Capital cearense se juntou à rede em abril, “passou a receber suporte técnico e institucional para o avanço na agenda climática”.

Dalila também afirma que o transporte é um dos setores que mais poluem e emitem gases de efeito estufa nas cidades. “Por isso é importante investir em mobilidade ativa e outras soluções para descarbonizar o setor de transporte”, ressalta.

Para ela, o intercâmbio entre cidades para debater sobre soluções climáticas na mobilidade ativa pode dar origem a projetos e iniciativas “que tornem nossas cidades mais saudáveis, sustentáveis, inclusivas e justas”, finaliza a analista.

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