Incêndio no Cocó: área ainda tem fumaça e passa por rescaldo; fogo foi detectado por drones

Sema, representantes da Alece e do programa Cientista Chefe visitam o local do incêndio nesta manhã de terça-feira

11:28 | Dez. 03, 2024

Por: Alexia Vieira
Velas, garrafas de plástico e de vidro e bitucas de cigarro são encontradas em área queimada do Parque do Cocó (foto: FÁBIO LIMA)

A área do Parque do Cocó, em Fortaleza, que sofreu um incêndio nessa segunda-feira, 2, ainda apresenta focos de fumaça na manhã desta terça-feira, 3. O Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) continua no local para realizar o rescaldo do solo e evitar a volta do fogo. Incêndio foi detectado através do monitoramento de drones.

De acordo com o comandante-geral adjunto Wagner Maia, o incêndio começou por volta das 13 horas de segunda-feira e se alastrou durante a noite. Ainda não se sabe o tamanho da área queimada.

Os Bombeiros se concentram em abrir caminho no solo para que a água entre nas raízes que ficam abaixo da superfície. Mesmo após o controle do fogo, elas continuam queimando debaixo do solo.

Nesta manhã, representantes da Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema), da comissão do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) e pesquisadores do Programa Cientista Chefe Sema também visitaram o local do incêndio.

Segundo a titular da Sema, Vilma Freire, o incêndio foi detectado através do monitoramento de drones. A chefe da Sema afirma que essa vigilância foi incrementada após o incêndio de janeiro de 2024, quando 10 hectares foram atingidos em outra área do Parque.

Veja vídeo da área queimada

Garrafas, velas e bitucas de cigarro são encontradas na área do incêndio

Ainda não é possível saber se o incêndio foi proveniente de uma ação intencional ou acidental. A perícia, conforme a secretária, ainda está em andamento.

“Mas a gente identifica bituca de cigarro, velas, vidro [no local]. É preciso pedir à população que tenha cuidado com o que é dispensado, largado em torno do Cocó. Não é pra ter acesso, a cerca existe para limitar o acesso”, afirma.

O capim seco que reveste a região do incêndio também aumenta o potencial de alastramento do fogo. O comandante Wagner explica que a área alaga durante o período chuvoso e seca no segundo semestre, tornando o ambiente propício para incêndios de grande proporção.

“Qualquer fator pode desencadear um fogo. Qualquer garrafa de vidro que o sol incida e aumente a temperatura pode causar uma situação bem complexa”, diz.

Ocorrência é a terceira registrada em quatro dias

Vilma Freire afirmou que o incêndio iniciado nesta segunda-feira “não tem relação nenhuma” com o foco registrado no fim de semana. Esta é a terceira ocorrência registrada em quatro dias, com outros dois incêndios ocorrendo na sexta-feira, 29, e no sábado, 30.

Conforme O POVO apurou, 50 ocorrências de incêndio na vegetação da região foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros em dois anos.

Os números foram apresentados pela própria corporação no âmbito de um Inquérito Civil Público (ICP) do Ministério Público Estadual (MPCE), instaurado por ocasião do incêndio ocorrido entre 17 e 21 de janeiro deste ano.