MP denuncia suspeito de matar idosa por ela denunciar sumiço da filha

Antônio Rodrigues de Lima negou ter matado Iracema Freires Rosa e baleado o companheiro dela no último dia 17 no Carlito Pamplona. Testemunhas, porém, reconheceram-no

O Ministério Público Estadual (MPCE) denunciou nesta sexta-feira, 29, Antônio Rodrigues de Lima, de 30 anos, pelo assassinato de Iracema Freires Rosa, de 65 anos, crime ocorrido no último dia 17 de novembro, no bairro Carlito Pamplona, em Fortaleza. A denúncia ainda aguarda recebimento por parte da Justiça.

Como O POVO mostrou no último dia 22 de novembro, a investigação identificou que o crime foi cometido porque Iracema registrou na Polícia Civil o desaparecimento da filha de criação dela, uma adolescente de 17 anos. Na ação, o companheiro da vítima, um idoso de 70 anos, também foi baleado e está internado no Instituto Dr. José Frota (IJF) em estado grave.

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Conforme a denúncia do MPCE, Antônio, que é conhecido como Cipó, e um homem identificado até o momento apenas como “Big Big” invadiram a residência de Iracema e efetuaram diversos disparos contra ela e o companheiro. A idosa foi atingida por 11 tiros e morreu no local do crime. Câmeras de vigilância registraram a ação.

A denúncia ainda narra que, três dias antes do crime, Iracema havia procurado a 12ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), especializada em desaparecimentos.

Iracema relatou que a filha havia desaparecido e que, no aplicativo Whatsapp, ela recebeu mensagens em que a adolescente pedia ajuda, denunciando estar em um “cativeiro” e que estavam “judiando” dela.

Não era a primeira vez que a jovem desaparecia, sendo que Iracema já havia reportado o sumiço às autoridades uma outra vez. Conforme o MPCE, as diligências realizadas pela Polícia Civil para localizar a vítima desagradaram traficantes da região, fazendo com que Iracema e a filha fossem ameaçadas de morte.

A adolescente reapareceu no mesmo dia em que o Boletim de Ocorrência foi registrado, 14 de novembro, após policiais civis a procurarem em comunidades do Carlito Pamplona.

“Três dias depois, em 17 de novembro de 2024, o réu e seu comparsa executaram os crimes acima narrados, cumprindo as ameaças anteriormente feitas em razão da insatisfação pelo fato de familiares da vítima [...] acionarem a Polícia Civil para localizar (a adolescente) nas ocasiões em que a mesma desaparecia para utilizar drogas na região em que o réu pratica o tráfico”, afirmou a promotora Márcia Lopes Pereira na denúncia.

Suspeito nega o crime

Antônio foi preso por policiais militares, instantes após o crime, em um estabelecimento que possui no bairro Jacarecanga. Em seu depoimento, o suspeito negou envolvimento no crime, afirmando não ser traficante e que não conhecia as vítimas. Antônio, porém, foi reconhecido por testemunhas como sendo um dos executores.

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